Europa

Morre Suárez, comandante da transição para a democracia na Espanha

Morto aos 81 anos, Suárez foi o primeiro presidente do governo espanhol após o fim da ditadura do general Franscico Franco, de 1939 a 1976

Arquivo EFE

Suárez, primeiro presidente após ditadura de Franco: para muitos, o ‘fundador’ da democracia espanhola

Brasília – O ex-presidente espanhol Adolfo Suárez morreu hoje em Madrid aos 81 anos.  Adolfo Suárez foi primeiro presidente do governo democrático da Espanha, após a ditadura do general Francisco Franco entre 1939 e 1976. Suárez é apontado como o político-chave na transição pacífica entre os regimes.

Suárez, que sofria com a doença de Alzheimer há anos, estava internado desde o dia 17 de março, quando teve um agravamento do estado neurológico. A morte do ex-presidente espanhol foi anunciada pelo porta-voz da família, Fermín Urbiola, em frente ao hospital onde Suárez estava internado. Urbiola transmitiu o agradecimento da família pelo carinho das pessoas que acompanharam a situação de Aldolfo Suárez.

Diversas autoridades manifestaram pesar pela morte do ex-presidente, que teve o mandato marcado pela aprovação de mudanças importantes para o país, como a Lei da Anistia, o processo de legalização dos partidos e sindicatos e a convocação das eleições livres de 1977.

O ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero divulgou nota destacando que Suárez “liderou a transformação de uma nação velha e rasgada num país democrático e reconciliado consigo mesmo” e disse que a Espanha vive uma ocasião em que não podem ser contidos sentimentos e elogios.

Federico Mayor Zaragoza, que foi deputado no período da transição entre os regimes e foi secretário-geral da Unesco, afirmou que Adolfo Suárez vai passar para a história, não só de Espanha, mas do mundo, “como o grande construtor do atual sistema democrático”.

Zaragoza lembrou que virtudes como a “serenidade, a capacidade de escutar, a imaginação e a genialidade” fizeram com que Suárez conseguisse concluir a transição difícil da ditadura para a democracia.
A trajetória do ex-presidente espanhol também foi lembrada pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que lamentou a morte dele e manifestou a admiração pela “figura-chave” que Suárez representou na história de Espanha.

O rei de Espanha, Juan Carlos, definiu Suárez como um “colaborador excepcional e um amigo leal”. O governo espanhol e a Câmara dos Deputados ainda não divulgaram nota oficial sobre a morte de Adolfo Suárez, mas já haviam anunciado que estavam preparando uma cerimônia solene de despedida, quando o boletim divulgado pela equipe médica descartou a possibilidade de recuperação de Suárez.

Autoridades espanholas anunciaram, na semana passada, que seria decretado luto de três dias quando a morte fosse confirmada e as homenagens dedicadas a Suárez devem seguir os mesmos moldes que marcaram a cerimônia pela morte do presidente Leopoldo Calvo Sotelo, em 2008, recebendo inclusive a celebração de um funeral na Catedral de Almudena, em Madrid.

Líderes partidários e políticos destacaram, durante a semana passada, a trajetória política de Suárez. A ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor, descreveu Suárez como “o fundador da democracia” no país. O ex-presidente espanhol ainda foi apontado por diversas autoridades como referência política do “melhor dos espanhóis”.

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