Mercado ineficiente

Governo argentino cogita estatizar serviço após novos cortes de luz

'Se não estão em condições de prestar o serviço, têm que notificar formalmente o Estado', afirmou chefe de gabinete da Casa Rosada. País vive maior onda de calor em 43 anos

Casa Rosada

Capitanich (centro) não cogita por enquanto negociar uma revisão nas tarifas em troca de investimentos

São Paulo – O governo argentino voltou a criticar as companhias elétricas pelos cortes de luz que há quase duas semanas afetam a cidade de Buenos Aires e sua área metropolitana. Agora, fala-se na reestatização do serviço, privatizado na década de 1990 por Carlos Menem, como uma das possibilidades.

“É uma das hipóteses, como também é a transferência direta à província de Buenos Aires e à Cidade Autônoma de Buenos Aires”, declarou o chefe de Gabinete de Cristina Kirchner, Jorge Capitanich, ao participar ontem (26) da assinatura de um acordo entre a província de Chubut e a companhia petrolífera YPF. “Se não estão em condições de prestar o serviço, têm que notificar formalmente o Estado que não estão dispostos a executar o contrato nessas condições, e dessa maneira se estabelecem os mecanismos para a prestação de serviços.”

Hoje de manhã, Capitanich voltou a criticar o serviço prestado pelo setor privado. “O que têm de fazer as empresas é responsabilizar-se, informar e atender a seus clientes e resolver os problemas dos usuários”, disse durante entrevista coletiva na Casa Rosada. Ele assinalou ainda que as corporações se queixam frequentemente de que não tiveram como investir devido ao valor baixo das tarifas.

A Argentina vive nos últimos dias dias a pior onda de calor em 43 anos, com temperaturas que em algumas zonas do país superaram os 40 graus centígrados. No meio desta sufocante situação, os cortes de luz ocorrem diversos bairros de Buenos Aires e do cinturão urbano portenho, fazendo com que se multipliquem os protestos.

Como em ocasiões anteriores, Capitanich reiterou que “são as empresas que devem responder rapidamente às demandas de seus clientes, que devem explicar por que existem os cortes e por que não efetuaram os investimentos no tempo programado em virtude do contrato de concessão”.

Com informações da Agência EFE.

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