Senado

Argentina: De la Rúa é absolvido de acusação de suborno de parlamentares

Não é a primeira vez que ex-presidente é liberado pela Justiça. No ano passado ele escapou de acusação de corresponsabilidade no massacre de cidadãos argentinos durante as revoltas de dezembro de 2001

Silvina Frydlewsky/EFE

Se juízes aceitassem denúncia, De la Rúa estaria sujeito a pena de seis anos de prisão

São Paulo – O ex-presidente da Argentina, Fernando de la Rúa, foi absolvido hoje (23) pelo Tribunal Oral Federal número 3, em Buenos Aires, da acusação sobre a compra de votos de senadores, em 2000, para aprovar uma proposta de reforma laboral. A acusação renderia ao político da União Cívica Radical (UCR) seis anos de prisão.

Os juízes decidiram não apenas absolver o ex-presidente, como pediram a investigação do autor da denúncia, o ex-subsecretário do Senado, Mario Pontiquarto. Foi ele quem ofereceu a informação de que De la Rúa comprou o apoio de alguns parlamentares na votação realizada em 2000.

Além dele, o ex-ministro do Trabalho, Alberto Flamarique, dois senadores e o vice-presidente Carlos “Chacho” Álvarez escaparam da condenação.

O caso chegou ao Tribunal Oral em 2012, dez anos depois de ter início. Segundo os juízes, a grande quantidade de depoimentos a tomar e o fato de algumas testemunhas morarem em outras províncias levaram a um trâmite lento da causa.

Este não é o primeiro processo do qual De la Rúa escapa ileso. Em dezembro do ano passado, a Câmara Federal de Cassação Penal decidiu livrar o ex-presidente da acusação de corresponsabilidade no massacre de cidadãos argentinos durante as revoltas de dezembro de 2001 e janeiro de 2002.

Na ocasião, o tribunal aceitou a tese da defesa de que o então presidente “desconhecia os supostos excessos nos quais teriam incorrido seus inferiores durante o estado de sítio” decretado pelo próprio, e que resultou em ao menos cinco assassinatos e deixou 117 feridos na capital. O político da União Cívica Radical (UCR) apresentou a versão de que não sabia de nada e que só foi informado sobre as mortes na Praça de Maio ao assistir às notícias na televisão.

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