greenpeace

Rússia altera acusação de pirataria de ativistas para vandalismo

Pena para nova acusação é de sete anos de reclusão, contra 15 da anterior. Entre os detidos durante protesto do Greenpeace está brasileira que tem o caso acompanhado pelo Itamaraty

Dmitri Sharomov/Greenpeace/Ho/EFE

Os 30 ativistas foram detidos em 18 de setembro e a prisão preventiva vai até 24 de novembro

Brasília – A Justiça russa amenizou as acusações aos ativistas do Greenpeace detidos no Ártico, quando faziam um protesto em barco de bandeira holandesa, em águas internacionais. Entre os 30 ativistas detidos na Rússia está a brasileira Ana Paula Maciel, 31 anos. As acusações de pirataria foram substituídas pelas de vandalismo.

A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal russa Itar-Tass. Segundo a agência, as perspectivas não são favoráveis à libertação dos ativistas. Pouco antes, a Rússia rejeitou o recurso de arbitragem apresentado pela Holanda ao Tribunal Internacional dos Direitos do Mar para libertar os ativistas. “A Rússia comunicou à Holanda e ao Tribunal Internacional do Direito do Mar que não aceita a arbitragem no caso do barco Artic Sunrise”, informou o Ministério dos Assuntos Exteriores russo, em comunicado.

No dia 18 de setembro, 28 ativistas da Greenpeace, um operador de câmera e um fotógrafo foram detidos pela guarda costeira russa, que abordou o barco da organização. Pouco antes, dois ativistas subiram em uma plataforma petrolífera do consórcio russo Gazprom, com o objetivo de denunciar os danos ao Ártico, resultantes da extração de petróleo.

Os detidos estão em prisão preventiva até, pelo menos, 24 de novembro. A pena para a nova acusação é de até sete anos de reclusão. Com a acusação anterior, eles podiam ficar presos por até 15 anos. Até agora, todos os recursos para aguardar o julgamento em liberdade impetrados pelos ativistas foram recusados.

Por decisão tomada hoje (23) em Brasília, em reunião entre o presidente do Congresso e parlamentares, deputados e senadores devem ir à Rússia pedir a libertação de Ana Paula Maciel. Também participou do encontro o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão.

Calheiros disse que vai nomear uma pequena comissão de parlamentares para conversar pessoalmente com Valentina Matvienko, presidente do Conselho da Federação da Assembleia Federal da Rússia, equivalente ao Congresso Nacional brasileiro.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) participou do encontro e disse que Calheiros vai elaborar uma carta para os parlamentares brasileiros entregarem a Valentina Matvienko, “reiterando a preocupação, que é da população brasileira, com essa detenção”.

Alencar considera a acusação de pirataria inadequada. Ele reclamou ainda das condições em que os 30 detidos do Greenpeace se encontram. “Eles estão numa região que fica a dois mil quilômetros de Moscou e tem um inverno, que está chegando, rigorosíssimo, terrível. É uma situação dramática”, afirmou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), que também participou da reunião, disse que o esforço do Congresso para a libertação dos ativistas vai se juntar ao do governo brasileiro. “Embora o governo brasileiro tenha ofertado uma segurança e uma garantia ao governo russo de que estaria se responsabilizando para que Ana Paula, em liberdade, pudesse responder à Justiça russa, existe a possibilidade de que ela venha a ficar presa, ainda à espera de julgamento, por volta de um ano”, ressaltou.

Com Agência Brasil e Agência Câmara

Leia também

Últimas notícias