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Corrupção custa 120 bilhões de euros anuais à União Europeia

Conclusão é de estudo de comissão da UE; valor é cerca de 1% do PIB dos países-membros do bloco

EFE

Uma das propostas é a punição a empresas envolvidas em desvios, que seriam excluídas de contratos públicos

Madri – Segundo um relatório da Comissão de Combate a Organizações Criminosas, Corrupção e Lavagem de Dinheiro que será votado entre 21 e 24 de outubro no Parlamento Europeu, os países da União Europeia (UE) perdem cerca de 120 bilhões de euros ao ano devido à corrupção. O valor representa aproximadamente 1% do PIB conjunto de todos os países membros do bloco e 80% do orçamento disponível para a UE no ano de 2013.

O documento mostra que os recursos desviados provêm em sua grande maioria de políticas de desenvolvimento econômico e social e de bem-estar dos cidadãos.

Entre as medidas propostas pelo Parlamento para amenizar este problema está a criação de um plano de ação europeu contra o crime organizado, a corrupção e a lavagem de dinheiro. A comissão também recomenda que as empresas condenadas por participação em organizações criminosas, lavagem de dinheiro, financiamento de atividades terroristas, exploração de seres humanos e corrupção sejam excluídas da participação de contratos públicos em toda a União Europeia. A corrupção é percebida por 74% dos europeus como um problema de primeira ordem em nível nacional e supranacional.

Os maiores culpados pela corrupção, segundo o relatório, são as organizações criminosas internacionais, que veem a inexistência de fronteiras internas da UE como uma oportunidade de negócio. Um relatório da Europol de 2013 estima que cerca de 3,6 mil organizações criminosas atuem dentro do território europeu. De acordo com as contas da comissão, estas organizações são responsáveis pela perda de 670 bilhões de euros anuais por parte das empresas da região. E ainda fomentam um mercado de armas ilegais que chega a atingir 10 milhões de unidades.

Aproximadamente 30% destes grupos atuam em mais de um ramo de comércio ilegal e em sua busca por diversificar os negócios estão migrando para crimes virtuais. De acordo com uma investigação da Comissão Europeia, 8% dos usuários de Internet dentro da UE já foi vítima de um roubo de identidade e 12% já sofreu algum tipo de fraude on-line.

Impacto da crise econômica

Outro lado cruel dentro das atividades destas organizações, e que tem aumentado por causa da crise econômica, é a exploração de pessoas para diferentes tipos de trabalhos forçados. Calcula-se que o número total de vítimas deste tipo de atividade nos Estados membros da UE chega a 880 mil pessoas, das quais 30% é objeto de exploração sexual. O relatório ainda aponta que a maioria das vítimas são mulheres.

Para a comissão, a crise também causa uma corrida entre os países europeus em busca de uma melhor produtividade e essa competição “conduz a programas de austeridade graves e politicamente insustentáveis cujo fim é a desvalorização interna”.

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