Pós-espionagem

Brasil vai sediar conferência global sobre governança da internet

Após reunião no Planalto, representante de órgão de coordenação da rede afirma que agradeceu Dilma por liderar o mundo no debate a respeito das normas globais no setor

Roberto Stuckert Filho/Planalto

Após as denúncias de que foi espionada pelos EUA, Dilma adotou a governança da internet como agenda

São Paulo – O Palácio do Planalto anunciou hoje (9) que o Brasil vai sediar em 2014 uma conferência global sobre governança da internet. A decisão foi comunicada após reunião entre Dilma Rousseff e o executivo-chefe da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (Icann, na sigla em inglês), Fadi Chehadé.

Chehadé disse aoBlog do Planalto que o encontro vai reunir, além de líderes mundiais, representantes da sociedade civil, da comunidade técnica e da indústria. O Icann é a entidade responsável por coordenar a identificação global de nomes e domínios usados na internet.
Nas últimas semanas, Dilma adotou o tema da governança global da internet como centro de sua política externa, depois que ficou comprovado que os Estados Unidos se valeram de sua agência nacional de segurança, a NSA, para espionar mensagens pessoais da presidenta e vasculhar dados da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia.

As denúncias levaram Dilma a cancelar a visita que faria este mês aos Estados Unidos. No plano interno, ela deu ênfase à necessidade de aprovação rápida do marco civil da internet e, no externo, de criação de regras que descentralizem o controle da rede mundial. Em setembro, ao fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidenta reiterou que é necessário levar aos fóruns internacionais um debate em torno do tema.

Hoje, em Brasília, Chehadé disse que Dilma falou por “todos nós” em Nova York. “Ela foi a líder do mundo naquele dia e eu vim aqui para agradecê-la pela sua liderança e para discutir como partiremos da visão dela para o futuro a fim de conseguir soluções práticas, porque a confiança do mundo na internet global foi ferida. E agora é hora de recuperar essa confiança, pela liderança e pelas instituições que podem fazer isso acontecer.”

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