Massacres

Violência estatal no Egito é injustificável e intolerável, diz União Europeia

Grupo dos 28 países europeus deve se reunir amanhã para rever relações e adotar medida para 'impulsionar o processo democrático'

São Paulo – A União Europeia anunciou hoje (18) que irá rever suas relações com o Egito nos próximos dias, de acordo com um comunicado da organização. Além disso, a UE assinalou que tomará medidas para “impulsionar o processo democrático e pôr fim à violência no país”, que considerou injustificável e da qual responsabilizou principalmente o governo interino e o Exército. A medida acontece depois de onda de violência que deixou centenas de mortos no país.

Na nota, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, apelaram para que todas as partes mostrem moderação para evitar novas mortes no Egito.

“Para este efeito, junto com seus Estados-membros, a União Europeia irá urgentemente rever nos próximos dias suas relações com o Egito e adotar medidas para atingir estes objetivos”, afirma o comunicado.

“A violência e os assassinatos destes últimos dias não podem se justificar nem tolerar. Os direitos humanos devem ser respeitados. Os prisioneiros políticos devem ser libertados”, assinalaram em comunicado conjunto Van Rompuy e Durão Barroso.

Embaixadores dos 28 países do bloco devem se reunir amanhã em Bruxelas para analisar a situação e estudar a possível convocação de um encontro extraordinário dos ministros europeus das Relações Exteriores.

Ajuda financeira

Pela primeira vez desde a eclosão da crise no Egito, não foi registrada nenhuma morte ontem. O ministro das Relações Exteriores, Nabil Fahmi, afirmou vai revisar toda a ajuda internacional que recebe para comprovar se é utilizada de uma maneira “positiva”.

“As ajudas estrangeiras não representam uma intervenção em nossos assuntos”, argumentou em entrevista coletiva Fahmi, que disse ter pedido ao governo a revisão deste assunto.

O chanceler explicou que o que acontece no Egito “é muito maior do que pensar agora nas ajudas estrangeiras”, rejeitando a atitude de alguns países que ameaçaram retirar ou suspender sua assistência ao país por causa da crise e da violência.

Um dos maiores financiadores do Egito, os EUA não cortaram o empréstimo de 1,3 bilhões de dólares anuais direcionado ao setor militar.

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