Mais guerra?

Obama e Cameron prometem ‘resposta contundente’ à Síria

Ministro sírio afirmou que, em caso de invasão, EUA colocariam Oriente Médio em uma 'bola de fogo'

São Paulo  – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, prometem uma “resposta contundente” ao governo da Síria caso seja comprovado que este tenha se utilizado de armas químicas na guerra civil que desola o país árabe há mais de dois anos. Os dois líderes conversaram por telefone durante 40 minutos na noite de sábado (24), segundo informou hoje a assessoria de Downing Street (residência oficial do premiê). O ministro de comunicação da Síria, pro sua vez, afirmou que, se os EUA tentarem invadir o país, eles criarão “uma bola de fogo em todo Oriente Médio”.

Os dois políticos determinaram que “todas as opções” sobre a Síria sejam examinadas. “Ambos estão gravemente preocupados com o ataque ocorrido em Damasco na quarta-feira e os sinais crescentes de que se tratou de um ataque com armamento químico realizado pelo regime sírio contra sua própria gente”, disse o porta-voz do Executivo britânico.

O texto faz referência à conversa que aconteceu depois que organizações humanitárias denunciaram a morte de centenas de pessoas em um suposto ataque químico ocorrido na quarta-feira (21/08) nos subúrbios de Guta Oriental e Ocidental, na periferia de Damasco. A oposição culpa o governo que, por sua vez, nega as acusações.

Obama reuniu seus principais assessores militares e de segurança nacional, no sábado, para avaliar opções. Forças navais dos Estados Unidos foram reposicionados no Mediterrâneo para dar a Obama a opção de um ataque armado.

“O presidente Obama pediu ao Departamento de Defesa para preparar opções para todas as contingências”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, a jornalistas na Malásia, quando ele começou uma viagem longa semana para a Ásia.

Os EUA relutam em intervir na guerra civil da Síria, mas os relatórios dos assassinatos perto de Damasco elevaram a pressão sobre a Casa Branca. O presidente norte-americano disse há um ano que armas químicas seriam uma “linha vermelha”.

Resposta

No sábado, o ministro de Informações sírio, Omran Zoabi, disse que uma ação militar dos Estados Unidos em resposta a um suposto ataque com armas químicas iria “criar uma bola de fogo que inflamaria o Oriente Médio”.

O Irã, um dos principais aliados do presidente sírio Bashar al Assad, também afirmou que Washington não deve cruzar a “linha vermelha”. “A América conhece as limitações da linha vermelha na Síria e cruzá-la terá consequências graves para a Casa Branca”, disse Massoud Jazayeri, vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas do Irã, no domingo, de acordo com a agência Fars.

Inspeções

As grandes potências mundiais – incluindo a Rússia, o principal aliado de Assad, que há muito tempo tem bloqueado intervenção patrocinada pela ONU – pediram que o líder sírio coopere com inspetores da ONU que já estão em Damasco.

Zoabi disse que a Síria e a ONU já concordaram em realizar inspeções de certos locais ao redor da Síria a partir de denúncias ocorridas antes de quarta-feira, mas não permitirá qualquer “inspeção que irá prejudicar a soberania nacional”.

O ministro disse que a Síria vai cooperar “significativamente e de forma transparente” com os locais de inspeção prévia acordados. Mas ele chegou a sugerir que os inspetores da ONU não seria permitido visitar o local do ataque de quarta-feira.

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