Caracas – Ministros de Desenvolvimento Social e delegações de países integrantes da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) reúnem-se entre hoje (22) e amanhã, na capital venezuelana, para discutir e intercambiar experiências sobre programas contra a fome e a pobreza na região, assim como os destinados a educação, saúde e soberania alimentar. O encontro derivará na discussão e aprovação de um plano de ação social da Celac.

“Temos uma grande responsabilidade como Estado de garantir que nossos povos vivam com dignidade e para isso devemos garantir um investimento permanente e ação de nossos governos e Estados para que a vida cotidiana destas pessoas seja feliz e estável”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Ministros para a Área social da Venezuela, Héctor Rodríguez, complementando que o encontro será essencial para o intercâmbio de experiências entre os países e o fomento da cooperação na área social.

Na abertura do encontro, a ministra de Trabalho e Segurança Social de Cuba, Margarita González, destacou a necessidade de esforços para reduzir a desigualdade social na região e afirmou que esta reunião ministerial representa “um novo passo para o fortalecimento da Celac”. Para ela, os acordos na área devem incluir mecanismos efetivos e acompanhamento. As propostas resultantes do debate devem ser remetidas aos presidentes para o desenvolvimento de uma agenda social para a região.

“Tomara que esta cúpula sirva para avançar em passos concretos, nós reconhecemos o esforço que fizemos, mas acreditamos que ainda falta muito por fazer. Devemos dar avanços gigantes em nossos governos. O investimento social que fizemos não é suficiente e devemos nos exigir metas concretas que nos permitam avançar nesta direção de erradicar a pobreza e a fome”, expressou Rodríguez. Paralelamente à discussão entre as autoridades, organizações sociais de países membros promovem debates e uma marcha no centro de Caracas.

Também nesta segunda-feira, o presidente venezuelano Nicolás Maduro manterá um encontro bilateral com seu par colombiano, Juan Manuel Santos, para dirimir as diferenças provocadas após este ter recebido em Bogotá o líder opositor Henrique Capriles, candidato derrotado nas eleições presidenciais de abril. Capriles não reconhece o resultado oficial do pleito, contra o qual entrou com impugnação na Justiça.

Na ocasião, Maduro lamentou o encontro entre Santos e seu adversário, que é governador do Estado venezuelano de Miranda, e afirmou que as relações bilaterais seriam afetadas. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também repudiaram a postura do mandatário de seu país e afirmaram que as negociações de paz com o governo, levadas a cabo em Havana, “estavam no limbo”.

Segundo o chanceler Elías Jaua, o governo venezuelano quer dialogar claramente com Bogotá sobre os assuntos que “geraram o mal-estar e a discórdia” para restabelecer as relações diplomáticas com a nação vizinha. O encontro, cujo horário não foi confirmado, será realizado na cidade de Puerto Ayacucho, capital do estado venezuelano de Amazonas, na fronteira com a Colômbia.