Soberania

Maduro pede que EUA abdiquem de ‘atitude imperial’ antes de dialogar com Venezuela

Presidente venezuelano disse que governo norte-americano agride permanentemente seu país, e que venezuelanos vivem sob regime de liberdade

Laila Chemekh Saab/MinCI

Presidente da Venezuela não gostou de comentários da futura embaixadora dos EUA na ONU

Caracas – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou ontem (23) que retomará o diálogo diplomático com os Estados Unidos apenas se Washington retificar sua “atitude imperial sobre a América Latina e o Caribe e a agressão permanente à Venezuela”. Na última sexta-feira (19), Caracas anunciou o fim das negociações pela normalização dos laços bilaterais devido a declarações da futura embaixadora norte-americana na ONU, Samantha Power.

Maduro lembrou que o restabelecimento do diálogo havia sido iniciado com a reunião entre seu chanceler, Elías Jaua, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, no início de junho. “Estávamos nisso há umas quatro semanas e eles chumbo e chumbo, até que nos cansamos”, disse, durante uma atividade do denominado “governo de rua”, no estado venezuelano de Monagas. “Nos cansamos e dissemos não, já basta de agressão. Vocês entrem num acordo em sua loucura imperial e mais pra frente nos falamos.”

O presidente venezuelano também afirmou que “não pode ser que surja uma candidata a embaixadora dos EUA na ONU” dizendo que há repressão na Venezuela. “Vocês veem repressão aqui contra o povo? Veem perseguição das ideias políticas, proibição para que alguém não se inscreva como candidato, para que não faça campanha?”, questionou. “O país mais livre e democrático do mundo se chama República Bolivariana da Venezuela.”

Mais cedo, Jaua havia afirmado à imprensa local que os EUA “não entendem que ter relações de alto nível e respeitosas com a Venezuela passa por cessar a ingerência nos assuntos internos venezuelanos e o respeito às nossas decisões soberanas”.

Na última quarta-feira (17), durante a audiência de confirmação de cargo perante o Comitê de Relações Exteriores do Senado, Samantha Power se comprometeu a “dar uma resposta à repressão da sociedade civil registrada em países como Cuba, Irã, Rússia e Venezuela”. Em comunicado, a chancelaria venezuelana anunciou que “jamais aceitará ingerências de nenhum tipo em seus assuntos internos” e o fim do diálogo bilateral devido à “agenda intervencionista” de Power.

Em outra recente declaração sobre o assunto, Maduro ratificou que deseja ter boas relações com o governo dos EUA, desde que estas sejam baseadas no respeito “verdadeiro em público e privado”. “Até que vocês não respeitem, não falamos. Até que vocês não retifiquem, esta Venezuela de Bolívar, de dignidade e de Chávez, tem que ser respeitada. A Venezuela se respeita, e ponto”, expressou.

Leia também

Últimas notícias