Hong Kong

EUA ainda querem prisão de agente da CIA acusado de espionagem

Edward Snowden deixou hoje Hong Kong e está sob proteção da equipe jurídica do Wikileaks, comandada por Baltasar Garzón, que vai lutar para 'preservar direitos' de acusado

 

Washington – O governo dos Estados Unidos afirmou hoje (23) que buscará a cooperação policial dos países que possam receber Edward Snowden, o ex-técnico da CIA (agência de inteligência) acusado de espionagem e que deixou Hong Kong para evitar sua extradição ao país.

“Continuaremos discutindo este assunto com Hong Kong e buscaremos a cooperação policial relevante de outros países para onde o senhor Snowden possa tentar viajar”, disse por e-mail à Agência Efe Nanda Chitre, uma porta-voz do Departamento de Justiça.

Segundo a imprensa russa, Snowden chegou hoje a um aeroporto de Moscou, para onde viajou após deixar Hong Kong com a ajuda do grupo Wikileaks, um dia depois que o governo Barack Obama solicitou formalmente sua extradição. Chitre explicou que o governo dos EUA foi informado pelas autoridades de Hong Kong que “o senhor Snowden saiu de Hong Kong rumo a um terceiro país”, sem dar mais detalhe a respeito.

A porta-voz destacou que Washington solicitou a Hong Kong a extradição de Snowden com base na queixa criminal divulgada na sexta-feira passada em um tribunal do Distrito Leste da Virgínia, e em conformidade com o Acordo EUA-Hong Kong para a Entrega de Fugitivos. No entanto, as autoridades de Hong Kong alegaram que a solicitação “não cumpriu plenamente os requisitos legais” e pediram mais informação ao governo de Washington para determinar se existia uma base legal para impedir a saída de Snowden.

O ex-juiz espanhol e advogado de Julian Assange, Baltasar Garzón, manifestou seu interesse e o da equipe legal do Wikileaks, que ele mesmo dirige, em “preservar os direitos” do ex-agente da CIA. Em comunicado divulgado hoje pelo Wikileaks em sua conta oficial no Twitter, Garzón considerou que “o que se está fazendo a Edward Snowden e a Julian Assange – por facilitar informação de interesse público – representa um ataque contra as pessoas”.

“A equipe legal do Wikileaks e eu estamos interessados em preservar os direitos de Snowden e protegê-lo como pessoa”, afirmou Garzón. Nessa mesma nota, o Wikileaks declara que “o informante americano, que expôs a existência de um regime de vigilância global realizado pelas agências de inteligência dos EUA e do Reino Unido, deixou Hong Kong de forma legal”.

 

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