repercussão

Em Berlim, 300 pessoas marcham contra violência policial em São Paulo e na Turquia

Protesto também incluiu críticas à Copa do Mundo no Brasil

Carolina Santa Rosa

Brasileiros e turcos caminharam pelas ruas de Berlim, destacando a “solidariedade internacional”

Berlim – Manifestantes brasileiros e turcos uniram forças e tomaram a avenida Kottbusser Damm hoje (16), em Berlim, para protestar contra a violência policial em São Paulo e em Istambul. O protesto foi pacífico. A polícia alemã fechou as ruas e escoltou o grupo, de cerca de 300 pessoas, durante todo o trajeto.

“Fiz o chamado pelo Facebook e achei que viriam só amigos, mas a manifestação cresceu de uma maneira inesperada”, disse a Opera Mundi uma das organizadoras, Juliana Doraciotto. Munida de uma autorização da prefeitura, obtida pela internet, ela obteve o aval da polícia para começar a marcha em uma rota pré-definida.

A concentração começou por volta das 13h em torno da estação Kottbusser Tor, no sudeste da capital alemã, área de forte presença de imigrantes turcos. Minutos depois, manifestantes contra a operação policial realizada ontem em Istambul, que expulsou ativistas do parque Gezi e da praça Taksim com balas de borracha e canhões d’água, se uniram à marcha brasileira.

Durante uma hora, brasileiros e turcos caminharam lado a lado, com gritos de ordem antifascistas, destacando a “solidariedade internacional” aos acontecimentos recentes em ambos os países. Enquanto turcos cantavam pela “resistência” na praça Taksim, brasileiros teciam críticas à presidente Dilma Rousseff (PT), ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e à organização da Copa do Mundo.

“Vejo uma chance de união entre trabalhadores. Não importa se são 20 centavos ou um euro, vamos caminhar juntos”, observou a ativista turca Zelal Celik, do movimento Young Struggle. Ela carregava faixas com dizeres em turco e, ao mesmo tempo, aprendia as músicas cantadas pelos brasileiros em português.

A manifestação se encerrou na estação de metrô Hermannplatz, onde os ativistas formaram um cordão, de mãos dadas, pedindo paz, fim da violência policial e corrupção. “Copa do Mundo, eu abro mão, quero dinheiro para saúde e educação” foi uma das mais cantadas durante a marcha.

A atuação da polícia alemã se resumiu a checar a autorização para a manifestação, garantir que a avenida estivesse fechada para o trânsito e escoltar o grupo até o destino final da marcha. Participaram brasileiros, turcos, paraguaios, alemães e outras nacionalidades. Nenhuma ocorrência foi registrada.

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