América Latina

Congresso do Uruguai faz nova tentativa de votar regulamentação da maconha

'Há um monte de preconceitos que estão detrás, mas, antes disso, o primeiro que há é falta de informação', diz jornalista que pesquisa o uso da erva. Confira vídeo

Valerie Kuypers. EFE

Se aprovado o projeto, cada uruguaio com autorização poderá obter 40 gramas de maconha ao mês

São Paulo – A Câmara dos Deputados do Uruguai faz esta semana uma nova tentativa de votar o projeto do governo de José “Pepe” Mujica que legaliza o consumo de maconha no país. Na última semana, os parlamentares da Comissão Especial de Drogas e Vícios não chegaram a um acordo depois que um deputado da coalizão governista entregou uma proposta alternativa à do Executivo.

Alguns deputados entenderam que uma alteração no texto poderia abrir uma brecha à venda desrregrada da erva. O projeto original prevê que a comercialização fique restrita a farmácias autorizadas pelo Instituto Nacional de Cannabis, que será criado após a aprovação do texto. Por meio de uma receita médica os usuários podem obter até 40 gramas de maconha por mês. Os dados do consumidor serão mantidos em um sistema confidencial por questões de segurança e para controle do uso.

A iniciativa de apresentar o projeto e incentivar o debate foi tomada no ano passado por Mujica, que acredita que este é um caminho para diminuir decisivamente o poder dos narcotraficantes. Na visão dele, o monopólio da venda supervisionada pelo governo garantirá um consumo regrado, que diminuirá a violência provocada pelo comércio ilegal e o uso de substâncias de maior toxicidade.

Com 3,4 milhões de habitantes, o Uruguai chama atenção pela agenda de debates em torno de questões polêmicas, como o aborto, permitido no sistema de saúde, e o casamento homoafetivo. Agora, pode se transformar na primeira nação sul-americana a legalizar a venda de drogas. O debate nas ruas de Montevidéu é quente. E a RBA foi conferir.

“Há um monte de preconceitos que estão detrás, mas, antes disso, o primeiro que há é falta de informação”, diz o jornalista Guillermo Garat, autor de Marihuana y outras yerbas. “E a maioria das pessoas que estão contra está por questões históricas, de ser contra essas coisas. Mas que não se preocupa, creio eu, em ir aos detalhes.”

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