política externa

Em visita ao Brasil, chefe de Missão de Paz da ONU no Haiti discute retirada das tropas

Nigel Fisher se reúne esta semana com ministro da Defesa, comandante do Exército e representantes do Itamaraty para definir futuro da missão na nação caribenha

Logan Abassi. ONU

Em abril deste ano, parte das tropas da ONU começou a deixar o Haiti em função da melhoria das condições internas

São Paulo – O representante especial do secretário-geral da ONU para o Haiti, o canadense Nigel Fisher, está no Brasil para discutir com autoridades de Defesa e do Itamaraty o calendário de retirada das tropas do país. “Não quero avançar num plano sem discutir com as autoridades, sobretudo do Brasil, porque o Brasil é o primeiro país em contribuição da América Latina”, disse Fisher, que deseja “fazer consultas para estabelecer as bases de acordo” da retirada.

Na manhã de hoje (13), Fisher visitou o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, no Rio de Janeiro.  No fim da tarde, está prevista uma reunião com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, em Brasília. Amanhã, ele deve se encontrar com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e representantes do Ministério das Relações Exteriores.
Em sua primeira visita oficial à América do Sul, o chefe da Missão também passará por Chile, Argentina e Uruguai.

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) vai completar nove anos dia 1º de junho. Para Fisher, o sucesso dela será medido principalmente pelo tempo de sua duração, que precisa ser bem calculado para que não se precise regressar à nação caribenha. “Se avançamos como previsto, podemos retirá-los como previsto. Mas se há problemas, temos de estender o período no Haiti”, explicou o chefe da Missão.

Após o terremoto de 12 de janeiro de 2010, que deixou cerca de 220 mil mortos e 1,5 milhão de deslocados, o Brasil ampliou sua participação militar com o envio de um segundo batalhão, chegando a cerca de 2,3 mil homens.

A melhoria significativa da segurança tem possibilitado a retirada gradual das tropas. Em abril deste ano, este segundo batalhão começou a ser desmobilizado e 430 soldados voltaram ao Brasil, assim como toneladas de equipamentos. A partir do meio de junho, serão 1,2 mil soldados brasileiros no Haiti. Desde 2004, o comando de toda a Força de Paz, composta hoje por cerca de 6,2 mil militares de 19 países, é do Brasil.

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