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Comissão Europeia diz que Espanha e Grécia sofrerão aumento do desemprego

Executivo regional admite que corte de direitos trabalhistas e de investimentos sociais piorou quadro de recessão, que se aprofundará ao longo deste ano

Na Espanha, a previsão é de que o desemprego chegue a 27% ainda este ano (Foto: J.J. Guillén. EFE)

São Paulo – A Comissão Europeia divulgou hoje (3) uma série de previsões macroeconômicas que admitem uma piora na perspectiva geral da economia regional no que diz respeito às possibilidades de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e de redução do desemprego. A projeção é de uma retração de 0,4% do PIB da zona do euro este ano e de 1,2% em 2014 – em fevereiro, a estimativa era de contração de 0,3% e de alta de 1,4%, respectivamente.

O alto nível de desemprego continua sendo uma das principais preocupações e, segundo as novas projeções macroeconômicas, nos países do euro o desemprego subirá para 12,2% este ano e descerá para 12,1% em 2014, ficando em 11,1% na UE nos dois anos. “É preciso fazer o possível para superar a crise do desemprego na Europa”, disse em comunicado o vice-presidente da Comissão Europeia e responsável de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, que pediu ainda aos países-membro que adotem reformas estruturais que garantam a retomada do crescimento.

Entre as economias mais afetadas também houve ligeira piora nas perspectivas. Para a Espanha, a previsão é de que o PIB retroceda 1,5% este ano, frente a 1,4% na análise de fevereiro. No próximo ano a Comissão Europeia acredita em avanço de 0,9%. “Prevê-se que o PIB real se contraia 1,5% em 2013, ligeiramente mais do que em 2012”, indicou o relatório, que aponta que a economia espanhola se estabilizará no final deste ano.

Em 2014, a economia voltaria a subir, com um aumento de 0,3% no PIB no primeiro trimestre, de 0,4% no segundo e de 0,5% no terceiro e no quarto, até finalizar o ano com um crescimento de 0,9%.

Nas previsões macroeconômicas divulgadas hoje, o Executivo comunitário também prevê um maior aumento do desemprego com relação à expectativa de fevereiro, apostando agora em índice de 27% em 2013 e de 26,4% em 2014.

Na Grécia, a perspectiva também é de melhora a partir do próximo ano. Para este ano, estima-se retração de 4,2% no PIB, no que será o sexto ano seguido de recessão, criada pela “depressão do consumo” provocada por aumento do desemprego, cortes nos salários e redução de investimentos sociais. Mas, na leitura da Comissão Europeia, a situação melhora em 2014, com expansão econômica de 0,6%, graças a uma melhora da confiança, o que pode garantir a retomada dos investimentos.

O desemprego continuará crescendo em 2013 até alcançar 27%, arrastado por fatores como a queda da demanda e as reduções dos custos trabalhistas, mas em 2014 se reduzirá em um ponto graças à recuperação econômica.

Em relação à França, aposta-se em uma queda menos acentuada do PIB, de 0,1% este ano, com crescimento de 1,1% em 2014. O país ganhou mais um ano, até 2015, para levar o déficit público aos níveis impostos pela União Europeia, embora a comissão tenha feito uma cobrança de que sejam adotadas rapidamente medidas para frear o problema.

Para a Itália a Comissão Europeia projeta uma recessão de 1,3% este ano e um crescimento de 0,7% em 2014. As previsões assinalam que a atividade econômica italiana cairá novamente em 2013 pois “a baixa confiança, a redução de salários e a falta de crédito seguem sendo uma barreira para o consumo e o investimento”.

O desemprego na Itália será em 2013 de 11,8%, seguindo a tendência de alta dos últimos anos (em 2012 a taxa foi de 10,7%). Rehn disse ainda que está em contato com o ministro italiano de Economia, Fabrizio Saccomani, e que espera “receber nas próximas semanas um programa detalhado de sua agenda de novas reformas”.

Com informações da Agência EFE.

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