Oposição convoca marcha noturna em Caracas para protestar contra violência

Caminhada liderada pelo candidato Henrique Capriles irá percorrer bairros de zona rica da capital venezuelana

Caracas – O candidato da oposição venezuelana, Henrique Capriles, irá liderar hoje (1º) uma marcha noturna na zona leste de Caracas para exigir mais segurança no país. A caminhada, marcada para as 19h30 (21h em Brasília), irá começar no Elevado Los Ruices e terminará na Praça Brión de Chacaíto, percorrendo regiões da capital venezuelana habitadas principalmente pela classe média e classe média alta.

“Tomar a rua à noite é um ato épico, um ato de rebeldia, de alguma forma, face à realidade que se vive na Venezuela”, disse ao canal privado Globovisión o prefeito do município de Chacao, Emilio Graterón. Ele afirmou que marchas são como um “caminhar pela vida” para que “não haja mais violência”. Segundo Fraterón, trata-se de “uma ação de bons cidadãos face ao submundo” e de quem se sente ameaçado e vive “encarcerado na sua casa de noite devido à violência” e ao crime.

Sob o lema “Caminhemos Juntos, sem Medo, com Passo Firme para Alcançar o País com o qual Sonhamos e Merecemos”, os dirigentes da oposição apelaram a uma mobilização geral, que terminará com um discurso de Capriles.

A violência é um dos principais temas da pré-campanha para a eleição presidencial venezuelana, que acontece em 14 de abril. Com 16.000 homicídios em 2012, segundo números oficiais, o país permanece sendo o quinto mais violento do mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

O candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Nicolás Maduro, prometeu mais ações do governo, mas sublinha, assim como outros membros do chavismo, que o Estado de Miranda, governado por Capriles, apresenta os piores índices.

Em 2012 foram registrados 2.576 assassinatos, segundo dados oficiais. Em entrevista à AFP, o candidato opositor respondeu que a maioria dos municípios de Miranda e “das áreas mais violentas” dessa região são governadas por prefeitos do PSUV.

Em 20 de junho de 2012, Chávez lançou uma nova missão para dar resposta aos altos números de violência reconhecendo que o problema é “grave” e “indiscutível” e que seu país ocupa o quinto lugar mundial em homicídios.

Em março, Maduro planejou entrar nas favelas para convidar os jovens a se desarmarem e criou um “Movimento para a Paz e a Vida”, com o apoio de artistas e atletas venezuelanos. Durante a criação do movimento, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, anunciou que uma lei de desarmamento entrará em vigor em breve para fortalecer o monopólio do Estado sobre a venda de armas e estabelecer sanções contra os policiais envolvidos no tráfico de armas, entre outras medidas.

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