Após escândalo, França apresenta projeto para aumentar transparência de políticos

Governo foi abalado por acusação contra ex-ministro do Orçamento que ocultou conta na Suíça

São Paulo – O presidente francês François Hollande anunciou hoje (3) que apresentará em breve um projeto de lei para aumentar o controle sobre a transparência do patrimônio de ministros e parlamentares. A proposta foi anunciada logo após um escândalo provocado no país pelo ex-ministro do Orçamento Jérôme Cahuzac, que ocultou ter uma conta na Suíça e foi acusado por fraude fiscal ontem. O episódio foi classificado como um “ultraje” por Hollande, já enfraquecido pelos baixos índices de aprovação de seu governo.

Em um discurso exibido na televisão, o presidente afirmou que Cahuzac não “se beneficiou de proteção alguma” por parte do Estado e prometeu que os políticos “condenados penalmente por fraude fiscal ou corrupção serão proibidos de exercer qualquer mandato público”, mesmo que no futuro. “A exemplaridade das autoridades públicas será total”, completou.

O presidente afirmou que a lei em questão pretende “lutar de maneira implacável contra conflitos entre os interesses públicos e privados, “além de assegurar a publicação e o controle sobre os patrimônios dos ministros e dos parlamentares”.

Hollande anunciou que o governo preparará um projeto de lei “nas próximas semanas” para que os políticos que tenham sido condenados por corrupção ou por fraude fiscal não voltem a exercer nenhum cargo público.

Ele disse ainda que a Assembleia Nacional votará uma reforma do Conselho Superior da Magistratura para lhe dar maior independência e avançou que se reforçará o controle ao patrimônio dos ministros e deputados.

Cahuzac, acusado em dezembro passado por um meio de comunicação de ter tido uma conta não declarada na Suíça que depois teria transferido a Cingapura, negou categoricamente os fatos inclusive diante da Assembleia Nacional, antes de confessar tudo ontem.

Para Hollande, a mentira de Cahuzac sobre o dinheiro que manteve fora do país é uma “falta imperdoável” que será esclarecida pela Justiça.

Exonerado como ministro em 19 de março por Hollande na investigação aberta pela procuradoria, Cahuzac manteve cerca de 600 mil euros (perto de R$ 1,553 milhão) em uma conta suíça durante “12 anos”, segundo sua própria declaração.

 

Com agências 

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