São Paulo – A partir desta terça-feira (12), o mundo católico estará atento à cor da fumaça expelida pela chaminé da Capela Sistina, única comunicação do público com o andar do conclave que definira o sucessor de Bento XVI, cuja primeira votação está prevista para as 16h30 locais (12h30 de Brasília).

Este será o segundo conclave do terceiro milênio e contará com a participação de 115 cardeais eleitores, procedentes de 50 países. A votação, tradicionalmente realizada na Capela Sistina, está sendo preparada desde o começo de março, com reuniões diárias dos eclesiásticos.

O resultado da eleição, esperado para os próximos dias, depende do consenso de 77 cardeais, o equivalente a dois terços dos votos. Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o mais provável é que a fumaça expelida nesta terça-feira seja preta, o que significaria que não houve decisão.

As últimas eleições papais foram rápidas: a de João Paulo II, em 1978, requereu dois dias e a de Bento XVI, em 2005, demandou dois. As mais longas foram a de Pio X e Pio XI, que precisaram de sete e 14 votações respectivamente, levando ambas cinco dias.

Antes do conclave, os eclesiásticos eleitores devem jurar sigilo sobre o processo de eleição. Já na Capela Sistina, sentados lado a lado, os cardeais preenchem cédulas de votação com o nome de seu escolhido e as depositam em uma urna.

O voto deve ser feito de forma individual, secreta e sem possibilidade de que a letra de cada eclesiástico seja identificada. Os votos são contabilizados e lidos em voz alta por três cardeais selecionados do grupo, e revisados por outros três. Caso a quantidade de votos não coincida com o número de presentes, as cédulas são queimadas e o processo reiniciado.

A cor da fumaça expelida pela chaminé da Capela Sistina – branca, caso haja um escolhido; preta caso os cardeais não tenham conseguido um consenso – é determinada por um produto químico adicionado à queima. 

Caso um novo papa não seja escolhido em três dias, período em que são realizadas uma votação de manhã e outra de tarde, o conclave é suspenso por um dia e retomado por mais sete dias. Se não for definido um nome, os candidatos passam a ser somente os dois cardeais mais votados.

Com a definição do sucessor de Bento XVI, que será o 266º papa da história da Igreja, uma fumaça branca ganhará o céu do Vaticano. Entre os cardeais mais mencionados como favoritos para o posto são o arcebispo de Milão, Angelo Scola, o de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, o canadense Marc Ouellet, e o arcebispo de Boston, Sean O’Malley.