Governo da Venezuela anuncia nova infecção e piora no estado de saúde de Chávez

'A situação é muito delicada', afirma ministro de Comunicação e Informação. 'Unidade e disciplina são necessárias para garantir a estabilidade política da pátria'

‘O estado geral de saúde continua sendo muito delicado’, disse o ministro de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas (Imagem: VTV)

São Paulo – O governo bolivariano da Venezuela interrompeu a programação de rádio e televisão em todo o país na noite de ontem (4) para anunciar, em cadeia nacional, que o presidente Hugo Chávez enfrenta uma “piora na função respiratória relacionada com o estado de imunodepressão próprio de sua situação clínica”. As informações foram prestadas pelo ministro do Poder Popular para a Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, diretamente do Hospital Militar Dr. Carlos Aravelo, em Caracas, onde Chávez encontra-se internado há duas semanas, desde quando regressou de Cuba. “Atualmente, apresenta uma nova e severa infecção.”

Villegas informou que o presidente venezuelano vem recebendo “quimioterapia de forte impacto”, motivo pelo qual as defesas de seu organismo estão debilitadas. As más condições imunológicas, típicas de quem recebe esse tipo de tratamento, teriam facilitado o retorno da infecção respiratória de que Chávez já havia padecido em Havana, após a cirurgia contra um câncer na pélvis que realizou no último dia 11 de dezembro. “O estado geral continua sendo muito delicado. O comandante-presidente continua aferrado a Crista e à vida, consciente das dificuldades que está enfrentando e cumprindo estritamente ao programa estabelecido pela equipe médica.”

Depois de ler o comunicado sobre o estado de saúde de Chávez, Ernesto Villegas passou a defender o governo bolivariano das acusações que vem recebendo dos opositores na Venezuela. As críticas dos partidos reunidos na Mesa de Unidade Democrática (MUD) bem como dos meios de comunicação comerciais, alinhados ao antichavismo, são constantes. Pedem mais transparência do poder público na divulgação das informações sobre o presidente e provas de que ainda continua vivo. Para alcançar esse objetivo, um grupo de estudantes está acorrentado desde 26 de fevereiro nos arredores do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, na zona leste de Caracas.

Além dos informes concedidos pelo governo, as únicas e últimas evidências de que Hugo Chávez continua lutando contra o câncer foram fotos divulgadas há mais de duas semanas, antes de seu retorno à Venezuela, em que o presidente aparece junto a suas filhas sorrindo e lendo o jornal cubano Granma, diário oficial do governo castrista. Na falta de novas provas, a oposição tem aumentado seus ataques ao governo e inclusive já começou a organizar-se para as eleições presidenciais que, de acordo com a Constituição, devem ser convocadas 30 dias após a morte ou renúncia de Chávez.

“O governo chama todo nosso povo a manter-se em pé de luta, imune à guerra psicológica desencadeada por laboratórios estrangeiros com caixas de ressonância na direita venezuelana, que quer construir cenários de violência como pretexto para uma intervenção estrangeira na pátria de Bolívar”, continuou Ernesto Villegas. “O governo repudia a atitude fariseia dos inimigos históricos de Hugo Chávez, que sempre lhe dirigiram ódio, insultos e desprezo, e que agora tratam de utilizar sua situação de saúde como desculpa para desestabilizar a República Bolivariana da Venezuela.”

Leia também

Últimas notícias