‘Uma década de guerra está terminando’, diz Obama em discurso de posse

Presidente reeleito dos EUA, democrata fez poucas menções à política externa

Obama: ‘Possibilidades da América são ilimitadas, porque nós possuímos todas as qualidades que um mundo sem fronteiras demanda’ (Jim Bourg/Reuters)

São Paulo – Em seu discurso de posse realizado na tarde de hoje (21), o presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, fez menções triviais aos direcionamentos da política externa nos próximos quatro anos de mandato. O chefe de Estado preferiu abordar temas internos, fazendo apelos à união nacional no combate à crise e na inserção de minorias.

Sem citar nenhum país durante sua fala, o presidente reeleito mencionou que uma década de guerra está no fim (guerra do Iraque completa dez anos). “Essa geração de norte-americanos tem sido testada por crises que endureceram nossa determinação e provaram nossa resistência. Uma década de guerra está acabando agora. Uma recuperação econômica está começando. As possibilidades da América são ilimitadas, porque nós possuímos todas as qualidades que um mundo sem fronteiras demanda: juventude e orientação; diversidade e abertura; uma capacidade infinita para o risco e o dom da reinvenção.”

O discurso ocorreu instantes depois de ter prestado juramento público, nas escadarias do Capitólio, sede do Congresso dos EUA. Todos os ex-presidentes vivos comparecerem ao evento, com exceção de George H. Bush, que está doente, e de seu filho, George W. Bush, antecessor direto de Obama. O democrata foi reeleito em 6 de novembro, após vencer o republicano Mitt Romney por 50% a 48% dos votos.

Em uma das raras menções a outras regiões do mundo, Obama afirmou que os EUA irão “defender a democracia na Ásia e na África; das Américas ao Oriente Médio; porque nossos interesses e nossa consciência nos compelem a agir em socorro por aqueles que, há muito tempo, anseiam por liberdade”.

O presidente norte-americano também afirmou que vai procurar resolver as diferenças com outras nações de forma pacífica, “não porque somos ingênuos sobre os perigos que enfrentamos, mas porque nosso envolvimento pode aumentar desconfiança e medo de maneira mais permanente” e promete continuar formando alianças em todas as regiões do globo.

Minorias

Obama deu especial destaque para o combate ao preconceito às minorias e aos setores mais sensíveis da sociedade. “Precisamos ser uma fonte de esperança para os pobres, os enfermos, os marginalizados, as vítimas de preconceito – mas não através de mera caridade, porque a paz em nossos tempos requer um avanço constante nos princípios que nossa crença comum descreve: tolerância e oportunidades; dignidade humana e justiça”. 

Obama também prometeu lutar pelo direito dos gays, imigrantes e mulheres: “Nossa jornada não estará completa até que nossas esposas, mães e filhas possam ganhar seu sustento à altura de seus esforços. Nossa jornada não estará completa até que nossos irmãos e irmãs gays sejam tratados como qualquer outra pessoa nos termos da lei – porque se nós fomos realmente criados de maneira igual, então certamente o amor que prestamos ao próximo deve ser igual também. Nossa jornada não estará completa até que cada cidadão seja forçado a esperar horas para exercer o direito ao voto. Nossa jornada não estará completa até que encontremos uma maneira de dar boas vindas aos imigrantes empenhados e esperançosos que ainda veem na América uma terra de oportunidades”. Por fim, Obama também prometeu combater as injustiças sociais e faltas de oportunidades.

 

Com agências

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