‘Maré vermelha’ inunda centro de Caracas em solidariedade a Hugo Chávez

Manifestação convocada pelo governo contou com presença de líderes sul-americanos; oposição se absteve de medir forças com chavistas, mas deve ir às ruas no próximo dia 23

Milhares de simpatizantes chavistas se uniram a autoridades venezuelanas e internacionais para apoiar Hugo Chávez (Imagem: VTV)

São Paulo – Uma “maré vermelha”, nas palavras de jornais opositores ao governo venezuelano, ocupam hoje (10) as redondezas do Palácio de Miraflores, no centro de Caracas, para engrossar o ato internacional de solidariedade a Hugo Chávez no dia em que, se não estivesse doente, iniciaria oficialmente seu quarto mandato constitucional como presidente do país. A cerimônia simbólica de posse é liderada pelo vice-presidente Nicolás Maduro, que após setença do Tribunal Supremo de Justiça (STJ) venezuelano assumiu as funções temporárias de chefe de Estado.

O canal de tevê estatal Telesur transmite o evento ao vivo. Ao lado de Maduro, à primeira fila, se posicionaram os presidentes latino-americanos que se deslocaram até Caracas para brindar apoio pessoal a Chávez: Daniel Ortega, da Nicarágua, Evo Morales, da Bolívia, e José Mujica, do Uruguai, que na ocasião também representa o Mercosul. O ex-presidente paraguaio, Fernando Lugo, destituído em junho por um impeachment relâmpago, também marcou presença.

Um a um, líderes políticos e representantes de governos amigos discursaram para a população que se deslocou até o centro da cidade para expressar seu apoio ao presidente venezuelano. O líder bolivariano se recupera de uma cirurgia em Havana – a quarta desde que foi diagnosticado com câncer. “Chávez representa a luta anti-imperialista dos povos do mundo”, bradou Evo Morales. “Fidel Castro começou sozinho, então veio Chávez para liderar com ele essa luta.” Além do povo, setores das forças armadas também se fizeram presentes na manifestação, inclusive com caças.

Como havia garantido ontem o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, a oposição se absteve de medir forças nas ruas com os chavistas. No entanto, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), que agrega siglas políticas contrárias a Chávez, já convocaram para o próximo dia 23 manifestação na qual pretendem demonstrar “massivamente” seu rechaço à sentença judicial que permitiu ao presidente ausentar-se indefinidamente do governo para tratar de sua saúde.

“Essa decisão se dá num país paralisado, onde todos os dias os cidadãos protestam por seus direitos básicos”, defende o documento da oposição. “A atual situação cria incertezas sobre quem está governando a Venezuela.” Os líderes da MUD dizem que continuarão comprometidos na defesa de seus direitos e pelo respeito à Constituição. “Convocamos o povo a que se incorpore a esta luta cívica, pacífica e democrática.”

 

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