Zona do euro registra segunda recessão desde 2009

Bruxelas/Berlim – A crise da dívida arrastou a zona do euro para sua segunda recessão desde 2009 no terceiro trimestre, apesar do modesto crescimento de Alemanha e França, segundo dados […]

Bruxelas/Berlim – A crise da dívida arrastou a zona do euro para sua segunda recessão desde 2009 no terceiro trimestre, apesar do modesto crescimento de Alemanha e França, segundo dados divulgados nesta hoje (15). As duas maiores economias cresceram, cada uma, 0,2% no período de julho a setembro.

Mas a resiliência não conseguiu salvar o bloco de 17 nações, que tem sido atingido por medidas de austeridade, de uma contração geral ao passo que países como Holanda, Espanha, Itália e Áustria encolheram. A economia da zona do euro caiu 0,1% no trimestre, seguindo recuo de 0,2% no segundo trimestre.

Esses dois trimestres de contração colocam a economia de 9,4 trilhões de euros (12 trilhões de dólares) da zona do euro em recessão, embora Itália e Espanha já estejam encolhendo por um ano e Grécia sofre uma completa depressão.

Uma recuperação na Europa ainda está longe. A crise da dívida que teve início da Grécia no final de 2009 ainda está repercutindo ao redor do globo e impedindo uma recuperação definitiva da Grande Recessão de 2008/2009 em boa parte do mundo.

“Este foi o último bom número da Alemanha para o momento”, disse o economista-chefe do Commerzbank, Joerg Kraemer. “O clima de negócios… afundou.”

A maioria dos economistas espera que a Alemanha registre contração no quarto trimestre, pela primeira vez desde o final de 2011. A França provavelmente seguirá o mesmo caminho.

Para o ano de 2012, a Comissão Europeia vê a zona do euro registrando contração de 0,4%, enquanto prevê crescimento de apenas 0,1% em 2013.

Milhões de trabalhadores entraram em greve ao redor da Europa ontem (14) para protestar contra cortes de gastos governamentais que eles afirmam estarem aprofundando a contração da região. Já Alemanha e a Comissão Europeia dizem que as medidas são cruciais para sarar as feridas do bloco.

“Estamos entrando numa nova recessão que é inteiramente causada por nós mesmos”, disse o economista Paul De Grauwe, da London School of Economics. “É resultado de um excesso de medidas de austeridade em países do sul (da Europa) e a falta de disposição do norte para fazer qualquer outra coisa”, afirmou.

Leia também

Últimas notícias