Egito diz que ataques à Faixa de Gaza são ‘agressão contra a humanidade’

Presidente Mohamed Mursi diz que 'Cairo não deixará Gaza por conta própria' e que 'o Egito de hoje não é o Egito de ontem'

Premiê egípcio, Hisham Kandil (E) e líder sênior do Hamas Haniyeh acenam para o povo na Cidade de Gaza (Foto: Ahmed Zakot/Reuters)

São Paulo – Milhares de pessoas protestaram em várias cidades egípcias hoje (16) contra os ataques aéreos israelenses à Faixa de Gaza. O presidente do Egito, Mohamed Mursi, prometeu apoiar os palestinos diante da “agressão flagrante”. Há dois dias a região está sob ataque da força aérea de Israel.

Entre a noite de ontem e a madrugada de hoje foram registrados cerca de 150 ataques de aéreos a Gaza. O governo de Benjamin Netanyahu diz que os alvos são bases de lançamento de foguetes “terroristas”. As Forças Armadas israelenses anunciaram a convocação de 16 mil oficiais da reserva a autorizou a convocação de outros 30 mil soldados. 

Segundo a agência de notícias estatal egípcia Mena, o presidente Mursi classificou os ataques de Israel a Gaza como “uma agressão flagrante contra a humanidade” e disse que seu país não abandonará o povo palestino.  “Cairo não deixará Gaza por conta própria… O Egito de hoje não é o Egito de ontem, e os árabes de hoje não são os árabes de ontem.” Ele discursou após as orações de sexta-feira em uma mesquita no centro do Cairo, informou a agência. 

Já o primeiro-ministro egípcio, Hisham Kandil, visitou a Faixa de Gaza e afirmou que o governo de seu país vai tentar negociar um cessar-fogo. “O Egito não vai economizar esforços para interromper a agressão e alcançar uma trégua”, disse Kandil durante visita a um hospital de Gaza, onde segurou o corpo de uma criança ensanguentada. O premiê deixou o território depois de se reunir com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, primeiro-ministro do enclave. 

Até quinta-feira eram 19 os palestinos mortos na operação israelense. Das vítimas, no mínimo 11 são civis, inclusive crianças. Há pelo menos 150 feridos.  Do lado israelense, são três mortos. 

Israel diz que seu ataque é uma resposta a crescentes agressões vindas de Gaza com mísseis. Os bombardeios de Israel ainda não atingiram o nível visto pela última vez quando invadiu Gaza em 2008, mas as autoridades israelenses disseram que um ataque terrestre é possível.

O Egito atualmente tem um governo islâmico considerado ideologicamente próximo ao Hamas. O país – após a queda de Hosni Mubarak , que governou por 30 anos (1981-2011) –  passou a defender a criação de um Estado palestino tendo Jerusalém como capital. Mubarak, derrubado pela Primavera árabe no ano passado, mantinha uma posição de neutralidade que interessava a Israel e aos Estados Unidos.

Com informações de agências

 

 

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