Nesta quarta, centrais sindicais fazem em SP ato em apoio à greve geral na Europa

Confederação de trabalhadores da Europa convocou para amanhã (14) greve geral na Espanha, Portugal e Itália contra as medidas de austeridade e precarização dos direitos trabalhistas

São Paulo – As centrais sindicais brasileiras fazem amanhã (14), às 11h, ato em solidariedade aos trabalhadores da Espanha, Portugal e Itália, que iniciam greve geral convocada pela Confederação Europeia de Sindicatos contra a ameaça aos direitos trabalhistas. O ato unificado será realizado em frente ao Consulado da Espanha em São Paulo (nº 948 da avenida Brasil, na zona sul paulistana). Participam CUT, Força Sindical, CSP-Conlutas, NCST, UGT, CTB e CGTB. 

Outras nações europeias que enfrentam medidas de austeridade e cortes em suas políticas sociais em decorrência da crise econômica e financeira desencadeada em 2008 também devem realizar protestos amanhã.

Em artigo publicado no El Periódico de Barcelona, o secretário-geral da Comisiones Obreras (CCOO), da Espanha, Ignacio Fernández Toxo, afirma que a greve de amanhã é um marco histórico para os trabalhadores europeus. Segundo ele, as políticas de austeridade implementadas pelos governos europeus para tentar conter os estragos da crise financeira e econômica são particularmente prejudiciais ao trabalhadores, especialmente para os que já perderam seus empregos (27% dos espanhóis) e para as cerca de 1,7 milhão de famílias nas quais nenhum integrante se encontra empregado no momento. “Apenas a elite econômica e financeira estão seguras e, até mesmo, prosperam neste vendaval antissocial que vem acabando com o estado de bem-estar social, os direitos dos trabalhadores e a democracia”, afirma.

Segundo a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), a taxa de desemprego no país em agosto foi de 15,9%. O índice sobe para 35,9% entre trabalhadores com menos de 25 anos de idade. Segundo comunicado publicado pela entidade sindical, o valor do pagamento de subsídio aos desempregados (seguro-desemprego) tem diminuído e o governo português pretende diminuir também o tempo máximo de concessão do benefício aos desempregados.

A situação dos trabalhadores portugueses, de acordo com o comunicado, tende a piorar ainda mais, caso a proposta de orçamento do governo para 2013 seja aprovada como está. A proposta prevê, na melhor das hipóteses, taxa de recessão de 1% e desemprego oficial elevado para 16,4%. Em três anos de implementação da política de austeridade, Portugal perdeu 428 mil empregos.

Entre as principais medidas estão cortes nos salários e nos subsídios de férias e de Natal, desregulamentação de horários de trabalho e introdução de banco de horas e outras medidas que agravam o desemprego e a precariedade dos vínculos trabalhistas.

Para a CGTP, as principais consequências foram o empobrecimento generalizado, a regressão drástica das condições de vida dos portugueses, as perdas da qualidade e na expectativa média de vida. Para os trabalhadores, a pior consequência tem sido a exploração desenfreada por conta de ataques para aumentar o tempo de trabalho sem aumentar rendimentos.

 

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