Bloqueio dos EUA a Cuba será discutido na Assembleia Geral da ONU desta semana

Restrições incluem punições a transferência de recursos para programas de ajuda humanitária

São Paulo – A Assembleia Geral das Nações Unidas irá votar amanhã (13) uma nova resolução sobre o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba. A expectativa do governo cubano é de que os membros da organização condenem pela 21ª vez o embargo, imposto pelas autoridades norte-americanas em fevereiro de 1962.

Nas outras ocasiões, a maioria dos representantes presentes na plenária da ONU aprovou documento, apontando a necessidade de colocar fim às restrições econômicas, comerciais e financeiras impostas à ilha caribenha. No ano passado, o texto foi aprovado por 186 dos 193 países-membros do organismo, com o voto contrário dos EUA e de Israel. 

Apesar de não ter peso de determinação na política norte-americana, a resolução da Assembleia Geral é uma importante conquista simbólica do governo cubano, pois explicita o descontentamento internacional com o bloqueio. A representação diplomática do país na ONU ainda acrescentou em um comunicado distribuído no organismo que cada vez mais, os cidadãos dos EUA favorecem o reestabelecimento de relações entre os países e o fim do embargo.

De acordo com os dados apresentados pelos diplomatas, 57% dos norte-americanos apoiam o fim das restrições ao turismo e 51% se opõem ao bloqueio. A missão cubana ainda lembrou declarações de organismos internacionais, personalidades políticas e intelectuais sobre o tema.

A discussão nesta terça será aberta com informe do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, que deve se referir à carta apresentada por 170 países para sustentar a oposição ao embargo. O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, também estará presente na sessão.


O embargo dos Estados Unidos imposto há 50 anos sobre Cuba já provocou perdas econômicas que superam os US$ 108 bilhões até 2011 e seu prejuízo humano é inestimável, de acordo com estimativas de Havana. 

Um dos mais duradouros e drásticos bloqueios econômicos da história moderna, as restrições norte-americanas à ilha caribenha limitam severamente o turismo de seus cidadãos, impedem o comércio entre os países e se estendem a empresas transnacionais que possuem sede nos EUA. 

Navios que passarem pelos portos cubanos, de qualquer bandeira, têm de aguardar seis meses antes de lançar âncora em território da superpotência. Bancos que derem crédito ou realizarem operações financeiras com Havana também passaram a ser vigiados e castigados. Uma das operações punidas foi a transferência de recursos do Fundo Mundial de Luta contra a AIDS, a Tuberculose e a Malária.

As medidas, que foram recrudescidas durante o governo de George W. Bush, não sofreram grandes modificações com a gestão de Barack Obama. O democrata liberou viagens de cubano-americanos e eliminou os limites para as doações a parentes. Havana também pode comprar alimentos e remédios nos Estados Unidos, em situações emergenciais, desde que pague adiantado.

 

 
 
 

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