Recebido com refeição do shabat, Patriota chega a Israel para reuniões com Shimon Peres e Netanyahu

Brasília – Com a determinação de defender a paz por meio do diálogo e da cooperação, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, chegou hoje (12) em Tel Aviv, capital […]

Brasília – Com a determinação de defender a paz por meio do diálogo e da cooperação, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, chegou hoje (12) em Tel Aviv, capital administrativa de Israel. Antes dos compromissos oficiais, ele participou da primeira refeição do shabat (que marca o feriado religioso iniciado na sexta-feira e que acaba no sábado após o pôr do sol), no kibutz (comunidade) Bror Hail, cuja maioria dos moradores é de brasileiros.

Patriota chegou a Israel e foi ao encontro de parte da comunidade brasileira. A recepção foi o shabat, refeição sagrada para os judeus servida na sexta-feira à noite e no sábado no almoço e jantar. No shabat, a mesa é elegantemente arrumada, há uma diversidade de legumes, verduras, frutas e sucos. É feita uma oração especial conduzida pelo chefe do grupo – ou chefe da família.

Em Tel Aviv, Patriota tem reuniões com o presidente Shimon Peres e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, além dos ministros Avigdor Lieberman (Relações Exteriores), Dan Meridor (Inteligência e Energia Atômica) e Daniel Hershkowitz (Ciência e Tecnologia). Em pauta, as negociações para um acordo de paz entre israelenses e palestinos, além da ampliação da agenda bilateral.

A viagem do chanceler brasileiro tem dois destinos – Israel de hoje até domingo (14), e a Palestina, na segunda-feira (15). A disposição do chanceler é demonstrar a preocupação que o Brasil tem com a região. O Brasil é favorável ao Estado da Palestina autônomo e independente. Porém, para o governo brasileiro, todas as negociações devem ser conduzidas sem ameaças à segurança na região.

A presidenta Dilma Rousseff tem dito que o reconhecimento da Palestina é a única solução de paz entre israelenses e palestinos. Segundo ela, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve dar prioridade ao assunto e buscar uma solução imediata para a questão.

O chanceler brasileiro desembarca em Israel no momento em que os judeus religiosos da França enfrentam uma onda de ataques. O presidente francês, François Hollande, determinou redobrar a segurança nas sinagogas para impedir eventuais contratempos. Paralelamente, muçulmanos também são alvos de ataques, como o vídeo anti-Islã, produzido nos Estados Unidos.

Há cerca de duas semanas, na 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul–Países Árabes (Aspa), em Lima, no Peru, Dilma repudiou “todas as formas de intolerância religiosa”, assim como o que chamou de islamofobia, que é o horror aos seguidores do islamismo. Ela defendeu a busca pelo “caminho do diálogo” nas situações de conflito e mencionou o esforço na Aspa. Na ocasião, a presidenta ressaltou o apoio do Brasil ao enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi.

As relações econômicas entre Brasil e Israel têm sido ampliadas a partir do acordo de livre comércio (do Mercosul com Israel), em vigor desde 2010. De 2002 a 2011, o intercâmbio comercial aumentou 215%, passando de US$ 445 milhões para US$ 1,4 bilhão.

De Tel Aviv, em Israel, Patriota segue para Ramalah, na Cisjordânia. Nas conversas, ele pretende mencionar a defesa do governo brasileiro na promoção do desarmamento nuclear e da não proliferação de armas nucleares. O Brasil defende a criação de uma zona livre de armas de destruição em massa no Oriente Médio.

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