No Chile, esquerda vence eleições municipais

Porta-voz de Pinochet, último político que defendia abertamente o ditador chileno é derrotado

São Paulo – A coligação política do presidente Sebastián Piñera saiu derrotada nas eleições municipais do Chile que ocorreram ontem (28). As cidades governadas pela Coalizão pela Mudança, que reúne os partidos chilenos de direita e é presidida por Piñera, passaram de 144 a 121 cidades. Os candidatos da Concertación, coligação de esquerda que dirigiu o país entre 1990 e 2010, venceram em 168 locais. Antes, governavam 147. Essa foi a primeira prova que o governo de Piñera enfrentou nas urnas.

A direita perdeu municipalidades importantes. Candidatos da oposição conquistaram as prefeituras de Providência e Ñunoa – comunas que compõem a cidade de Santiago. Em Providência, o ex-porta voz do governo de Augusto Pinochet – cuja ditadura durou de 1973 a 1990 – Cristián Labbé perdeu para a candidata independente Josefa Errázuriz. Ele ocupava o cargo há 16 anos e era a única autoridade eleita democraticamente que defendia Pinochet.

Na própria prefeitura de Santiago, que compreende o centro da capital, a candidata socialista Carolina Tohá, apoiada pessoalmente pelo ex-presidente pela Concertação Ricardo Lagos, venceu o antigo prefeito Pablo Zalaquett, do partido direitista União Democrática Independente (UDI). A Concertación também venceu em Concepción, a segunda cidade de maior importância econômica do país.

Essa eleição inaugurou a nova lei eleitoral chilena, que aboliu o voto obrigatório. Como consequência, a abstenção chegou a 60%. De 13 milhões e 388 mil eleitores, só 5 milhões e 428 mil pessoas compareceram às urnas.

Com informações de Emol e El País.

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