Em Roma e Londres, milhares vão às ruas contra medidas recessivas

Manifestações condenam ações econômicas dos respectivos governos que aumentaram o desemprego e pioraram as condições sociais

Britânicos empunham cartazes contra David Cameron e o Partido Conservador (Foto: Suzanne Plunkett/Reuters)

Londres – Milhares de manifestantes e trabalhadores saíram às ruas neste sábado (20) em Londres e Roma para protestar contras as medidas recessivas dos respectivos governos, aplicadas como receita para a crise econômica da Europa, mas que ampliaram ainda mais o desemprego e pioraram as condições sociais

Em Londres, a passeata ocorre num momento em que a coalizão de governo do primeiro-ministro David Cameron, liderada pelo Partido Conservador, tenta se recuperar da renúncia, ontem, de um importante membro do governo, acusado de xingar um policial de “plebe” – um insulto classista empregado contra trabalhadores na Grã-Bretanha.

“Se a classe trabalhadora faz greve por um dia, quem veremos conduzir o país?”, disse Nick Chaffey, 48, militante do Partido Socialista e casado com uma professora que teve corte de salário “Tenho amigos em situações desesperadas, vivendo com medo de perder o emprego e a casa”.

Sob céu cinzento de outono, os manifestantes acenaram cartazes dizendo “Sem corte” e “Plebe do Mundo, uni-vos”, zombando da saída de Mitchell.

Enfermeiros, faxineiras, bibliotecários e condutores de ambulância estavam entre dezenas de milhares que participaram da manifestação e se encontraram em Hyde Park, em um dos maiores protestos este ano contra medidas de austeridade.

Também estão previstas passeatas em Belfast, na Irlanda do Norte, e Glasgow, na Escócia.

Líderes sindicais acusam que o plano do Governo fracassou, prolongando a recessão britânica.

“A austeridade não está funcionando. Está afetando os mais pobres e mais vulneráveis”, disse Brendan Barber, líder do Congresso de Sindicatos, organização que representa 54 sindicatos.

Itália

Na Itália, milhares de trabalhadores ocuparam o centro de Roma neste sábado, em protesto contra o crescente corte de postos de trabalho e fechamento de fábricas. Eles pediram ao governo do primeiro-ministro Mario Monti que faça mais para ajudar o trabalhadores afetados pela recessão, que já dura um ano.

O protesto foi organizado pela central CGIL, de esquerda, a maior da Itália.

Os Italianos estão enfrentando uma prolongada desaceleração econômica. O desemprego chegou a seu nível mais elevado desde que os registros mensais começaram a ser feitos, em 2004.

Trabalhadores de todos os setores industriais se reuniram na Praça da Basílica de São João, um ponto tradicional de protestos da esquerda, portando balões vermelhos e faixas onde se liam palavras de ordem como “Vá embora, Monti”.

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