OEA pede investigação de suposto massacre de indígenas na Venezuela

Indígenas e entidades denunciaram o assassinato de 80 Yanomami, em região próxima à fronteira do Brasil, mas o governo venezuelano afirmou não ter encontrado sinais de violência

Ministra venezuelana para Povos Indígenas, Nicia Maldonado, disse que nenhuma evidência do assassinato foi encontrada (Foto: AVN)

São Paulo – A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu ao governo da Venezuela que investigue o suposto massacre de 80 índios Yanomami, que teria ocorrido em julho passado na comunidade Irotatheri, no município de Alto Orinoco, na amazônia venezuelana, na fronteira com o Brasil. Segundo três índios ouvidos pela comissão, que pertence à Organização dos Estados Americanos (OEA), e pela Survival International, entidade internacional de defesa aos direitos dos povos, os tripulantes de um helicóptero que sobrevoou a aldeia dispararam contra todos, incluindo crianças e idosos. A denúncia partiu da ONG HOY (Horonami Organização Yanomami).

O Ministério Público da Venezuela anunciou na semana passada que iniciaria investigações, no entanto, a ministra venezuelana para Povos Indígenas, Nicia Maldonado, disse que nenhuma evidência do assassinato foi encontrada. Segundo o ministro do Interior e da Justiça, Tareck el Aissami, a comissão investigativa não encontrou sinais de violência. 

A CIDH divulgou em nota hoje (6) que as investigações não foram eficazes. A Coordenação de Organizações Indígenas do Amazonas emitiu um comunicado, no qual afirma que a comissão não chegou a visitar a comunidade de Irotatheri.

A nota da CIDH ressalta que a Venezuela está obrigada, pelo direito internacional, a proteger a vida e a integridade dos membros do povo Yanomami, frente aos ataques que sofrem por parte de terceiros, interessados nos recursos naturais existentes em seus territórios.

“Os estados estão obrigados pelo direito internacional a esclarecer judicialmente os graves atos de violência denunciados, indiciar os responsáveis e reparar as consequências”, diz a nota.

A CIDH é responsável por manter a observação dos direitos humanos na América e atua como órgão consultivo da OEA.

 

 

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