Morales diz que 22 de 69 comunidades indígenas já aceitaram estrada em reserva

La Paz – O presidente boliviano Evo Morales disse hoje (11) que 22 das 69 comunidades indígenas que vivem no Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) já aceitaram a construção de […]

La Paz – O presidente boliviano Evo Morales disse hoje (11) que 22 das 69 comunidades indígenas que vivem no Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) já aceitaram a construção de uma estrada que partirá em duas essa reserva ecológica, enquanto continuam as ações de resistência de outros nativos que rejeitam o projeto.

Morales explicou que em quase duas semanas de trabalho no Tipnis, as brigadas governamentais já consultaram 23 comunidades se estão de acordo ou não com o projeto viário que atravessará a reserva para unir a região central de Cochabamba com a amazônica de Beni. “Das 23 comunidades consultadas, 22 dizem sim à estrada e uma a rejeita. Sinto que é a consciência do movimento indígena dentro do Tipnis”, ressaltou o governante em um ato em Cochabamba.

Morales acrescentou que, se os indígenas autorizarem o projeto, será projetado “um caminho ecológico” para o lance que atravessar o Tipnis, que, segundo sua opinião, deveria ser “subterrâneo” para proteger a floresta e atrair turistas.

Enquanto isso, os indígenas que rejeitam a estrada e a consulta mantêm bloqueado o rio Isiboro, onde ergueram cercas de arame farpado para impedir a passagem das embarcações com as brigadas governamentais, relatou à Agência Efe por telefone o corregedor da comunidade Nova Galiléia, Benigno Noza. 

Noza alegou que as comunidades que, segundo o governo, aceitaram a estrada, são na realidade sindicatos de camponeses e produtores de folha de coca.

Morales e os nativos que rejeitam a via estão confrontados desde o ano passado por esse projeto, que inicialmente era financiado pelo Brasil. Os amazônicos marcharam duas vezes em menos de um ano contra a estrada e agora rejeitam a consulta promovida pelo governo porque consideram que deveria ter ocorrido antes da contratação e também por acreditar que os resultados são manipulados.

O governante defende que a rota é vital para a vinculação do país e, além disso, garantirá água potável, saúde e educação a esse parque natural de 1,2 milhões de hectares, no qual vivem 14 mil indígenas.

“De que benefícios este governo está falando? A estrada só beneficiará aos cocaleiros, aos narcotraficantes e às empresas de outros países”, lamentou Noza. 

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