Aberto novo processo contra ex-ditador argentino Videla por crimes durante ditadura

Buenos Aires – O ex-presidente argentino Jorge Rafael Videla foi processado novamente, desta vez por crimes contra a humanidade cometidos na província de La Rioja durante a última ditadura militar […]

Buenos Aires – O ex-presidente argentino Jorge Rafael Videla foi processado novamente, desta vez por crimes contra a humanidade cometidos na província de La Rioja durante a última ditadura militar (1976-1983) no país, informaram nesta sexta-feira fontes judiciais.

O juiz federal Daniel Herrera Piedrabuena, de La Rioja, processou Videla, de 86 anos, que já havia sido julgado e condenado em outras ocasiões por homicídio, crimes contra a humanidade e 38 casos de delitos contra os direitos humanos.

O juiz também ordenou o embargo dos bens de Videla no valor de 3,9 milhões de pesos (cerca de US$ 850 mil) e processou pelos mesmas acusações e impôs idêntico embargo ao ex-chefe do Terceiro Comando do Exército argentino Luciano Benjamín Menéndez e ao ex-ministro do Interior Albano Harguindeguy.

Como parte da mesma ação, Herrera Piedrabuena determinou a prisão preventiva do ex-juiz Roberto Catalan e de uma dúzia de ex-militares, ex-policiais e civis. Segundo afirmou o Centro de Informação Judicial, o magistrado defendeu em sua sentença que houve um “silêncio cúmplice” por parte das autoridades judiciais, “que por ações deliberadas, em aparente legalidade, fizeram caso omisso das denúncias ou do conhecimento que tiveram da imposição de torturas às pessoas que ideologicamente foram perseguidas” durante a ditadura.

Videla, o primeiro dos quatro presidentes da ditadura, foi condenado em 2010 à prisão perpétua por um tribunal de Córdoba pelo fuzilamento de cerca de 30 presos políticos em 1976. Além disso, em julho, ele foi sentenciado a 50 anos de prisão pelo roubo sistemático de bebês durante a última ditadura. Em junho, Videla foi transferido do Instituto Penal Federal para uma prisão comum em Buenos Aires.