Protesto em São Paulo marca 30 dias do golpe contra Fernando Lugo

São Paulo – Dezenas de pessoas, movimentos sociais e partidos políticos fizeram hoje (22) na Praça Nicolau Moraes Barros, conhecida pela comunidade como Praça dos Paraguaios, na zona oeste da […]

São Paulo – Dezenas de pessoas, movimentos sociais e partidos políticos fizeram hoje (22) na Praça Nicolau Moraes Barros, conhecida pela comunidade como Praça dos Paraguaios, na zona oeste da capital, um ato contra a manobra do Legislativo do Paraguai que resultou no impeachment do presidente Fernando Lugo que ontem (21) completou um mês.

“Queremos a volta da democracia e vamos de lutar pela volta de Lugo”, disse Porfilio Leonor Ramirez, paraguaio, integrante da Associação Japayke (despertar, na língua guarani) e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos em Luta pela Paz.

Ramirez criticou a forma como o ex-presidente foi destituído e também o regime de governo do Paraguai. “A democracia no Paraguai só funciona para o lado de quem tem dinheiro. Pessoa que não tem dinheiro não tem direitos no Paraguai”, acrescentou.

Igor Felippe Santos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), disse que o ocorreu no Paraguai foi um golpe de Estado. “E os responsáveis pelo golpe de estado tem nome: é o latifúndio, é o imperialismo, e são os partidos de direita corruptos, que dominam há anos e anos a política do Paraguai”, disse.

Suspensão

Neste domingo, o Tribunal Permanente do Mercosul rechaçou um pedido paraguaio que buscava tornar sem efeito a suspensão decidida pelos demais integrantes do bloco, por conta da destituição do ex-presidente Fernando Lugo, há um mês.

O novo governo de Federico Franco, que assumiu após a saída de Lugo por ser vice-presidente, apresentou o recurso ante o Mercosul por conta da sanção e da decisão de incluir a Venezuela como membro pleno do bloco que inclui ainda Brasil, Argentina e Uruguai.

Mas o tribunal afirmou que não estavam “presentes todos os requisitos de admissibilidade do processo de urgência excepcional” e que era “inadmissível, nesta instância, a medida provisória solicitada (pelo Paraguai) sob demanda” para reverter a decisão dos seus integrantes, segundo laudo divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores paraguaio.

O Mercosul definiu a sanção, vigente até as eleições de abril de 2013, por considerar que o país realizou uma quebra democrática após o processo de impeachment que destituiu Lugo em menos de 48 horas, dando ao então presidente apenas duas horas para se defender.

Com reportagens de Bruno Bocchini, da Agência Brasil, e Daniela Desantis, da Reuters