Movimento ‘YoSoy132’ denuncia irregularidades nas eleições mexicanas

Manifestantes do YoSoy132 protestam contra ações do PRI para garantir vitória de Peña Nieto nas eleições presidenciais (CC_Sunset Parkerpix_Flickr) São Paulo – O movimento estudantil “Yo SOy 132” acusa o […]

Manifestantes do YoSoy132 protestam contra ações do PRI para garantir vitória de Peña Nieto nas eleições presidenciais (CC_Sunset Parkerpix_Flickr)

São Paulo – O movimento estudantil “Yo SOy 132” acusa o vencedor das eleições presidenciais do México, Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), de violar a lei eleitoral por ter feito discurso proselitista a eleitores que estavam próximos ao local onde ele votou. A lei eleitoral proíbe a realização de qualquer tipo de campanha e de propaganda a 50 metros das sessões eleitorais no dia do pleito. Além disso, os manifestantes disseram contar com cerca de 500 relatórios de irregularidades registradas no país, muitos com delitos graves, durante a votação do domingo (1º).

“Observamos que, em alguns estados, policiais roubaram urnas e tiroteios foram registrados. Também nos chegou o caso bastante grave de que sequestraram mesários. Em Pueblo Nuevo, Estado de Chiapas, grupos armados mataram duas pessoas nas zonas eleitorais. Em San Miguel Totolopan, Estado de Guerrero, soubemos que urnas foram violadas. Em San Juan Chamula, também em Chiapas, grupos armados com metralhadoras atiraram contra eleitores. Em Ensenada, Baja California, um funcionários fugiu com 2,5 mil votos”, disse Sandino Bucio, um dos membros do grupo.

Após o anúncio dos resultados eleitorais, centenas de pessoas se reuniram no Monumento da Revolução, na cidade do México, que abriga o acampamento do movimento. Das denúncias recebidas de todo o país, foi computado que 46% delas se referiam a compra de votos; 30% a irregularidades nos colégios eleitorais; 19% relacionadas com propaganda, apesar do veto, assim como casos isolados de carreatas. Os estados com mais problemas, indicou o movimento, foram México, Veracruz, Tabasco e Chiapas.

Angélica Pérez Padilla, do Yosoy132, disse que as cadeias de televisão conspiraram em favor de Enrique Peña Nieto. “A televisão não noticiou nenhum desses conflitos que aconteceram na jornada eleitoral. Inclusive, enfatizaram que tudo correu bem. Não mencionaram a violência e as irregularidades”, afirmou. Ainda segundo a estudante, os canais que mais fizeram propaganda para o PRI foram a Televisa e a Tv Azteca. “Um repórter, de manhã, disse que estava do lado de fora na casa da primeira-dama (em referência a Angélica Rivera, esposa de Enrique Peña Nieto)”. As urnas foram fechadas à tarde.

Os estudantes também criticaram “energicamente” o jornal El Universal, que publicou às 21h de ontem (1º) uma edição especial, sem os resultados oficiais, dando como vencedor Peña Nieto nas eleições. “Foi um atropelamento”, avaliou Pérez Padilla.

Hoje (2), o Instituto Federal Eleitoral (IFE) confirmou oficialmente Peña Nieto como novo presidente do México. O candidato do PRI recebeu 37,6 % dos votos, contra 32,2 % de López Obrador e 25,4 % para a candidata do PAN, Josefina Vázquez Mota.

Com informações do Ópera Mundi e Agência Ansa