Esquerda vence 1º turno na França, mas final está em aberto

São Paulo – O candidato do Partido Socialista à Presidência da França, François Hollande, venceu o primeiro turno das eleições, realizado neste domingo (22). Ele teve 28% dos votos, contra […]

São Paulo – O candidato do Partido Socialista à Presidência da França, François Hollande, venceu o primeiro turno das eleições, realizado neste domingo (22). Ele teve 28% dos votos, contra 27% do atual presidente, Nicolas Sarkozy, confirmando o favoritismo para o segundo turno.

Mas os 18% da representante da extrema-direita, Marine Le Pen, deixam a disputa em aberto. Segundo as últimas pesquisas divulgadas antes da votação, Hollande teria uma vantagem de dez pontos sobre Sarkozy para o pleito a ser definido em 6 de maio, mas 50% dos apoiadores de Le Pen migrariam automaticamente para o atual presidente. 

Com o resultado, considerado expressivo por superar inclusive o melhor patamar obtido pelo pai de Marine, Jean-Marie, em 2002, o apoio da candidata torna-se capaz de ajudar o mal avaliado Sarkozy a mudar os rumos da campanha. Marine defende uma plataforma anti-imigração, com cotas de empregos para os franceses em um momento em que a crise econômica afeta a criação de vagas. Ela propõe ainda abandonar a zona do euro sob o argumento de que apenas dentro do próprio país se pode definir os rumos das finanças. “Esse primeiro turno é o início de uma ampla união dos patriotas de direita”, disse Marine após conhecer os resultados, ainda sem expressar apoio a um dos lados. “Nada será igual de novo.”

Por outro lado, os 11% de Jean-Luc Melenchón, de esquerda, podem beneficiar o socialista. Se Hollande vencer em 6 de maio, a França vai se juntar a uma minoria de países governados hoje pela esquerda na Europa. O socialista prometeu priorizar o crescimento econômico na zona do euro, adicionando cláusulas pró-crescimento no tratado europeu de disciplina orçamentária.  A perspectiva de renegociação do pacto causa preocupação nos mercados financeiros, assim como o foco de Hollande em aumento de impostos, em vez de austeridade fiscal. “Minha obrigação final, e eu sei que estou sendo olhado de fora das nossas fronteiras, é colocar a Europa de volta no caminho do crescimento e emprego”, disse hoje (21).

Sarkozy tem se descrito como a opção mais segura para liderar a França e a zona do euro durante a atual crise, mas a votação deste domingo parece ter sido uma rejeição a seu desempenho. Caso derrotado, seria o décimo-primeiro líder da zona do euro a deixar o poder desde o início da crise em 2009. Seria também o primeiro presidente francês a não se reeleger em mais de 30 anos. “Não está nada decidido ainda”, disse o ministro das Relações Exteriores Alain Juppé, um dos aliados mais próximos de Sarkozy.

Com informações da Reuters.

Leia também

Últimas notícias