Começa no Chile leitura do segundo testamento de Pinochet

Buenos Aires – O 3º Tribunal Cível da Justiça do Chile, em Santiago, capital do país, começa a ler hoje (25) a última parte do testamento do ex-presidente chileno e […]

Buenos Aires – O 3º Tribunal Cível da Justiça do Chile, em Santiago, capital do país, começa a ler hoje (25) a última parte do testamento do ex-presidente chileno e general Augusto Pinochet (1973-1990). Até sua morte em 2006, Pinochet era alvo de investigações por denúncias de fraudes durante o período militar. Ele era acusado de fazer uma fortuna no valor de US$ 21 milhões, nos cerca de 20 anos em que esteve no poder.

As denúncias sobre as irregularidades envolvendo a fortuna do general levaram ao seu impeachment na época, pois ele ocupava o cargo de senador vitalício. Pinochet fez dois testamentos. No primeiro, aberto pouco depois de sua morte, deixou propriedades para seus herdeiros. Mas em 2005, quando já estava sendo investigado por fraude, fez outro testamento, mantido em segredo até agora.

O Conselho de Defesa do Estado, órgão do governo do Chile responsável pelo controle do dinheiro público, exigiu a abertura do segundo testamento. O objetivo, segundo as autoridades, é avaliar a fortuna de Pinochet e tentar recuperar bens que podem ter sido obtidos de forma ilegal.

Ate 2004, Pinochet era acusado de violações aos direitos humanos, como torturas, assassinatos e prisões ilegais, além do desaparecimento de pessoas. Porém, mesmo sob denúncias, o general tentava manter a imagem de honestidade e salvador do Chile de uma hiperinflação.

No entanto, as denúncias sobre as irregularidades envolvendo sua fortuna vieram à tona quando o Parlamento dos Estados Unidos iniciou investigações sobre lavagem de dinheiro em seu país. Os investigadores norte-americanos concluíram que Pinochet tinha US$ 21 milhões depositados em contas bancárias mantidas com 27 nomes de titulares falsos.

Os norte-americanos também identificaram várias propriedades atribuídas a Pinochet no Chile, mas que a mulher dele e os filhos não puderam herdar porque foram colocadas sob embargo judicial. A viúva do general, Lucia Hiriart, e o filho caçula Marco Antonio foram presos e acusados de fraudar os cofres públicos. Depois, foram soltos.

Em 2006, Pinochet morreu aos 91 anos, enquanto estava em prisão domiciliar. Na época, respondia a três processos por violações de direitos humanos e a um quarto por fraude. A filha do ex-ditador acusou o Conselho de Defesa do Estado de “perseguição politica”.

O governo Pinochet foi considerado uma das ditaduras mais violentas na América Latina. No Chile, há um museu em homenagem à memória das vítimas do período militar. No país, autoridades e população não deixam o assunto ser esquecido.

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