Partido governista do México escolhe uma mulher para concorrer às eleições

Josefina Vázquez Mota comemora após vencer as eleições primárias do PAN (Foto: Edgard Garrido/Reuters) São Paulo – O Partido da Ação Nacional (PAN), que governa o México, escolheu neste domingo (5) Josefina […]

Josefina Vázquez Mota comemora após vencer as eleições primárias do PAN (Foto: Edgard Garrido/Reuters)

São Paulo – O Partido da Ação Nacional (PAN), que governa o México, escolheu neste domingo (5) Josefina Vázquez Mota, ex-ministra da Educação e ex-líder da bancada governista na Câmara dos Deputados, para concorrer às eleições presidenciais em julho. A direitista é a primeira mulher a concorrer à presidência do México.

De acordo com o jornal La Jornada, Josefina venceu a disputa interna do partido com 53,9% dos votos, ante 38,9% de Ernesto Cordero, que era considerado o favorito do atual presidente, Felipe Calderón. Com 6,1%, Santiago Creel ficou com o terceiro lugar. O processo interno pela escolha do condidato do PAN à sucessão foi cenário de troca de acusações entre a vencedora e Cordero. Entretanto, ela afirmou que o atual momento é de “unidade e reencontro, já que os dois compartilham dos mesmos sonhos”.

A candidata do PAN deixou claro seu objetivo imediato é derrotar Enrique Peña Nieto (candidato do Partido Revolucionário Internacional – PRI), que está à frente nas pesquisas de intenção de voto. “O objetivo é derrotar Peña Nieto e seu partido, porque representam o autoritarismo, a corrupção e a impunidade como sistema”, ressaltou.

Na última sexta-feira (3), o candidato à presidência pelo esquerdista PRD (Partido da Revolução Democrática), Andrés Manuel Lopez Obrador, ganhou um importante reforço para a disputa. O líder histórico Cuauhtémoc Cárdenas anunciou que participará da campanha de Obrador, que figurou em terceiro lugar nas últimas pesquisas de intenção de voto.

Narcotráfico nas eleições

No final de janeiro, o governo mexicano admitiu estar preocupado com a intervenção de narcotraficantes nas eleições presidenciais deste ano. O ministro do Interior, Alejandro Poiré, afirmou que foi negociado um acordo com autoridades eleitorais para enfrentar possíveis ameaças, mas negou que haja uma “gestão política” no combate ao crime organizado.

A eleição deste ano será a primeira desde que o país começou a enfrentar uma crise na segurança pública. Desde 2007, quando o governo Calderón declarou guerra ao crime organizado, 50 mil pessoas já foram vítimas de crimes envolvendo o tráfico de drogas, segundo movimentos de defesa de direitos humanos. O poder e a ação dos cartéis permanecem contínuos e ameaçam a segurança do país, principalmente em áreas de fronteira com os Estados Unidos.