Presença de haitianos no Acre mobiliza governos da Bolívia e do Peru

Segundo o Ministério da Justiça, chegam a 2 mil os pedidos de regularização feitos por haitianos que pretendem ficar no Brasil (Foto: Gleilson Miranda / Secom/ Agencia Acre) São Paulo […]

Segundo o Ministério da Justiça, chegam a 2 mil os pedidos de regularização feitos por haitianos que pretendem ficar no Brasil (Foto: Gleilson Miranda / Secom/ Agencia Acre)

São Paulo – A onda migratória de haitianos a Brasileia (AC), a 220 quilômetros ao sul de Porto Velho, tem deixado os governos dos vizinhos Bolívia e Peru em alerta. Principal rota entre as pessoas que pretendem chegar ao Brasil em busca de melhores oportunidades de trabalho, os países prometeram punição a aliciadores ilegais de mão de obra que atuam para a entrada de pessoas vindas do Haiti ao estado da região Norte do país.

Segundo o Ministério da Justiça, chegam a 2 mil os pedidos de regularização feitos por haitianos que pretendem ficar no Brasil. Segundo o órgão, 1,6 mil haitianos tiveram a situação regularizada, em 2011, por meio de residência humanitária concedida pelo Ministério do Trabalho. Na fronteira do país com o Peru, Brasileia tem mais de 1,2 mil pessoas provenientes do Haiti à espera de regularização de documentos para que possam seguir viagem a outros estados.

O cônsul da Bolívia no município, José Luis Méndez Chaurara, afirmou que, até o momento, nenhuma ocorrência de morte foi registrada nas rotas. “Se identificarmos qualquer tráfico (de pessoas que envolva cidadão boliviano) agiremos dentro das normas legais e levando em conta as questões humanitárias”, assegurou. O governo da Bolívia informou que está ciente do movimento migratório, mas afirmou que não permitirá abuso ou malfeito a qualquer cidadão boliviano identificado como aliciador.

O governo peruano decretou que, a partir desta terça-feira (10), todos os haitianos interessados em entrar no país terão de requerer um visto migratório.  “Com essa medida, os haitianos que estão migrando ilegalmente ficarão retidos nas fronteiras do Peru com a Colômbia e o Equador”, informou o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão.

O secretário explicou como funciona a migração ilegal: “A informação que temos é que os haitianos compram pacotes em agências de turismo da República Dominicana e, a partir de lá, fazem toda rota até chegar ao Brasil. Nesse processo pode existir pessoas interessadas em ganhar dinheiro, o que descaracteriza qualquer aspecto humanitária (que seja alegado)”. Ele também contou que alguns migrantes se dirigem ao sul do país.

A fim de providenciar condições dignas aos haitianos, o governo do Acre está colocando em prática um plano de transferência das pessoas para outros centros urbanos do país. Cerca de 35 pessoas deixaram Brasileia em direção a capital Porto Velho. Parte do grupo será enviada a municípios de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina que aceitarem promover programas de inclusão das vítimas dos aliciadores.

O governo federal também já se pronunciou sobre a questão e garantiu ajuda humanitária aos haitianos. Eles não são considerados refugiados, mas residentes humanitários, o que significa que podem viver e trabalhar regularmente no Brasil. Mourão destacou a importância do auxílio. “Se não tivéssemos esse apoio, ficaria difícil darmos continuidade a ajuda humanitária aos haitianos”, informou.

Com informações Agência Brasil e Agência Notícias do Acre

 

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