Síria liberta 755 presos durante visita de observadores da Liga Árabe

Mesmo confirmada violação de direitos humanos, observadores dizem não ter condições de avaliar se crimes foram cometidas por autoridades ou por outros segmentos da sociedade

São Paulo – O governo de Bashar Al Assad na Síria libertou, nesta quarta-feira (28), 755 pessoas presas durante manifestações que ocorrem no país desde março deste ano. A libertação ocorre na mesma semana em que 50 observadores da Liga Árabe chegaram na Síria com o objetivo de avaliar responsabilidades pela violência no país. Eles estão na segunda maior cidade da nação árabe no Oriente Médio, Homs, centro dos principais protestos contra o regime de Al Assad.

Os observadores encontraram corpos e marcas de tiros em casas, além de terem conversado com familiares de vítimas para falar sobre as condições em que as pessoas foram mortas. Entretanto, o chefe da missão internacional, o sudanês Mohamed al-Dabi, disse à rede de TV Al Arabyia que a situação em Homs é de aparente calma. “Havia alguns lugares onde a situação não era boa”, disse o al-Dabi. “Mas não havia nenhuma ameaça, pelo menos enquanto nós estávamos lá. As coisas estavam calmas e não houve confrontos.”

Nenhum represente da Liga Árabe afiramr claramente se os atos de violência são de responsabilidade do governo ou dos insurgentes. Segundo Mohamed al-Dabi, é preciso mais tempo para as investigações. ONGs internacionais atribuem à administração de Al Assad as violações de direitos humanos praticadas, que seriam uma resposta aos protestos.

A missão permanecerá em Homs durante esta quarta-feira e deve elaborar um relatório detalhado que será enviado ao secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby. Os opositores, reunidos no Conselho Nacional Sírio (CNS) – órgão criado em Paris por dissidentes do regime e apoiado por países ocidentais – criticam o fato de a missão da Liga Árabe estar sendo acompanhada por representantes do governo, o que impediria a chegada dos observadores às áreas de maior conflito.

Omissão

A ONG Human Rights Watch informou que as autoridades da Síria transferiram centenas de presos em dependências militares para escondê-los dos observadores. Em comunicado, a entidade de defesa de direitos humanos apelou para que a missão da Liga Árabe “insista para obter acesso completo a todos os centros de detenção” da região.

Em novembro, uma comissão da Organização das Nações Unidas (ONU), liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, divulgou um relatório que denunciava violações aos direitos humanos dos sírios. Segundo o relatório, 250 crianças foram mortas pelo regime de Al Assad. No total foram 3.500 assassinatos desde o início dos protestos.

Com informações da Agência Brasil e OperaMundi

 

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