Na Itália, plano de ajuste começa a ser votado nesta sexta

Medida é necessária para acalmar os mercados, que reagiram ao anúncio da renúncia do premiê Silvio Berlusconi

Silvio Berlusconi anunciou a renúncia após perder a maioria na Câmara (Foto: ©Tony Gentile / Reuters)

São Paulo – Parlamento italiano lançou-se em uma corrida contra o relógio para aprovar antes de segunda-feira um plano de ajuste exigido pela União Europeia em meio à persistente desconfiança dos mercados frente à promessa de renúncia do primeiro ministro Silvio Berlusconi.

Em uma reunião de emergência, os presidentes da Câmara de Senadores e Deputados acordaram votar o plano nesta sexta-feira (11) no Senado, onde o governo tem um cômodo controle, e no sábado e no domingo, na Câmara de Deputados, onde Berlusconi perdeu nesta terça-feira (8) a maioria indispensável para seguir no poder.

O anúncio do pedido de demissão de Berlusconi, provocou nesta quarta-feira (9) alta nos juros da dívida do país. Pelos dados oficiais, houve aumento médio de 7% nos valores, obrigando a um resgate da Irlanda, da Grécia e de Portugal. A incerteza política afetou também a Bolsa de Milão, que mudou a tendência positiva da abertura e caiu 3,3%.

O primeiro-ministro italiano anunciou na terça que renunciará depois de aprovadas as reformas econômicas exigidas pela União Europeia para reduzir o déficit público. Segundo ele, a alternativa para a situação no país é antecipar as eleições. Mas a decisão cabe ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e não a ele.

“É necessário reerguer o país. É necessário dar uma resposta à Europa e aos mercados”, disse Berlusconi. “Depois de mim, só vejo a possibilidade de eleições”, acrescentou. “Não compete a mim decidir, mas só vejo a possibilidade de eleições antecipadas, porque, neste momento, o Parlamento está paralisado.”

Berlusconi reconheceu que o governo já não tem maioria absoluta. “Temos de nos preocupar com o que ocorre nos mercados financeiros, que não acreditam que a Itália seja capaz de aprovar as medidas que a União Europeia nos pediu. É esta a primeira coisa com que temos de nos preocupar. Temos de demonstrar aos mercados que a coisa mais importante é o bem do país”, disse.

 

Com informação da Agência Brasil e da Agência Telam

 

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