Eleitores dos EUA barram medidas contra sindicatos e aborto em referendos estaduais

São Paulo – Nas últimas eleições locais antes do início das prévias presidenciais dos Estados Unidos, os eleitores dos estados do Mississippi e de Ohio rejeitaram medidas que proibiam o […]

São Paulo – Nas últimas eleições locais antes do início das prévias presidenciais dos Estados Unidos, os eleitores dos estados do Mississippi e de Ohio rejeitaram medidas que proibiam o aborto e restringiam a organização sindical do funcionalismo público. O resultado é um sinal positivo para os democratas e para o presidente Barack Obama, e tende a fortalecer o papel do movimento sindical da disputa pela Casa Branca de 2012.

Apenas o partido Republicano irá passar pelo processo de primárias e caucus nos estados, já que Obama será candidato à reeleição e não enfrenta concorrência interna entre democratas. Por isso, a derrota dos conservadores pode ser significativa.

Os referendos ocorreram simultaneamente a eleições para cargos de governadores em dois estados. Ohio é considerado estratégico do ponto de vista eleitoral. Em 2008, Obama venceu em função da mobilização do movimento sindical. A proposta republicana contra a organização do funcionalismo público foi derrotada por uma margem de quase 20 pontos percentuais, resultado considerado como grande vitória simbólica por analistas.

A proposta era de limitar negociações coletivas. Ohio possui 360 mil servidores públicos sindicalizados, e o quinto maior contingente de trabalhadores sindicalizados no país, segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho. Além do resultado, a mobilização promovida para barrar a medida deve contribuir para a campanha democrata, partido ao qual a maior parte dos sindicatos é alinhada.

A realização de negociações coletivas é uma reivindicação dos funcionários públicos brasileiros, por exemplo. A Convenção 154 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê a prerrogativa. No caso de Ohio, a negociação é garantida mas corria risco de ser extinta.

No caso da proposta contra o aborto do Mississipi, foi rejeitada uma emenda à Constituição estadual que estabelecia que a vida humana começa na concepção. Na prática, a norma implicaria a proibição do aborto em qualquer circunstância, além da adoção de métodos contraceptivos e de controle de natalidade e até tratamentos contra infertilidade que resultam na destruição de embriões. Nenhum estado dos EUA adota esse tipo de interpretação.

Também anima os democratas o resultado eleitoral no Kentuchy, onde Steve Beshear foi reeleito governador. Porém, os republicanos mantém o comando de 29 estados, contra 20 do partido de Obama (Rhode Island tem um governador independente). O republicano Phil Bryant foi eleito em Mississippi, onde era vice-governador.

Com informações da Reuters

Leia também

Últimas notícias