Com possível apoio da oposição a pacote, Grécia estuda revogar prebiscito

População provavelmente rejeitaria pacote de medidas negociada entre governo grego e líderes europeus (Foto: © John Kolesidis/Reuters) São Paulo – A decisão de convocar um plebiscito para avaliar o pacote […]

População provavelmente rejeitaria pacote de medidas negociada entre governo grego e líderes europeus (Foto: © John Kolesidis/Reuters)

São Paulo – A decisão de convocar um plebiscito para avaliar o pacote de ajuda da União Europeia à Grécia pode ser revogada. Um comunicado assinado pelo primeiro-ministro do país, o socialista George Papandreou, afirma disposição em negociar com os líderes da oposição, que têm criticado a fórmula de consulta popular. A medida pode ser interpretada tanto como uma cartada política interna quanto como uma forma de ceder às pressões da França e da Alemanha às vésperas da reunião do G20, grupo dos países mais desenvolvidos.

O referendo seria realizado no início de dezembro, mas Papandreou disse agora que ficaria “contente” ainda que a consulta não seja efetivada. Ele saldou a posição de Antonis Samara, líder da oposição conservadora, que disse estar disposto a votar a favor do acordo de ajuda. Entre a população, as contrapartidas exigidas – cortes de investimentos públicos e redução de direitos sociais que devem causar agravamento da recessão e aumento do desemprego – são impopulares, e provavelmente o pacote seria rejeitado nas urnas.

Os socialistas controlam 153 das 300 cadeiras do Parlamento grego. Ao mesmo tempo em que anunciou a convocação de um referendo, o primeiro-ministro prometeu colocar seu governo em avaliação, o que demandaria que ele testasse sua maioria. Se não alcançasse mais do que a metade dos votos, o governo seria dissolvido.

O acordo acertado no dia 27 de outubro prevê moratória de metade das dívidas gregas com bancos. Os países europeus estavam dispostos a injetar mais recursos por meio do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Ao mesmo tempo em que permitia ouvir a população, a decisão de submeter os termos ao plebiscito foi considerado como um retrocesso nas negociações entre países, a ponto de o presidente francês, Nicolas Sarkozy, ter sugerido que os gregos decidissem se querem ou não permanecer como membros do bloco econômico.

Por outro lado, a decisão de convocar a consulta e, agora, cogitar voltar atrás, Papandreou passa a contar com um trunfo político. Como a oposição é contrária à saída da zona do euro, passa a ter fortes argumentos para arrebanhar apoio até entre adversários para um consenso negociado entre os deputados.

O comunicado foi emitido depois de uma reunião de gabinete de emergência convocada durante a tarde desta quinta. Mesmo dentro do governo havia críticas à solução do referendo.

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