Agricultores cubanos ganham permissão para vender diretamente a hotéis

Raúl Castro vem fazendo mudanças que diminuem o papel do Estado na economia, concentrando em setores considerados mais estratégicos (Foto: ©Jorge Luis Banos/ Reuters) São Paulo – Uma nova decisão […]

Raúl Castro vem fazendo mudanças que diminuem o papel do Estado na economia, concentrando em setores considerados mais estratégicos (Foto: ©Jorge Luis Banos/ Reuters)

São Paulo – Uma nova decisão do governo cubano dá sequência às mudanças na estrutura econômica do país. Cooperativas e empresas públicas passam a ter autorização para vender produtos agrícolas diretamente para hotéis e instalações turísticas. A partir de 1º de dezembro, elas não precisarão da mediação de um órgão estatal específico, como ocorre atualmente. A informação foi divulgada pelo jornal oficial Granma.

A medida deve contribuir para “reduzir perdas” na produção e melhorar a variedade e qualidade da comida para o setor turístico. Cooperativas de Produção Agropecuária, de Créditos e Serviços e Unidades Básicas de Produção Cooperativa, formadas por produtores individuais e companhias estatais do setor, serão beneficiadas.

Isso significa que o preço também será estabelecido na relação entre produtores e consumidores. A empresa que hoje coleta a produção para revender aos hotéis deve manter suas funções e a venda direta torna-se uma alternativa aos granjeiros.

A série de alterações estrtuturais foi iniciada em abril deste ano, após o VI Congresso do Partido Comunista Cubano. Diante da demanda da população e da pressão internacional, o governo da Ilha decifiu “atualizar” o modelo econômico. A compra e venda de carros e de casas haviam sido permitidas anteriormente. Um conjunto de profissões foi regulamentado para permitir e organizar o comércio de modo autônomo.

Na prática, tanto a mudança anunciada nesta segunda-feira (21) como as anteriores, diminuem o papel do Estado na economia, concentrado em setores considerados mais estratégicos. A diretriz vem sendo conduzida pelo presidente Raúl Castro, que sucedeu o irmão mais velho em 2008, e pretende fortalecer a economia apesar do embargo econômico imposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) a Cuba por pressão dos Estados Unidos.

Desde os anos 1990, o turismo consiste em uma das mais importantes fontes de ganhos para Cuba, especialmente para a entrada de moeda estrangeira. Até o final de 2011, 2,7 milhões de visitantes devem passar pelo local. A comida e a qualidade do serviço são pontos considerados ruins pela indústria hoteleira, que atribui dificuldades de expansão a esses fatores.

Com informações do OperaMundi e da Reuters

 

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