Há 100 dias no cargo, Humala sugere renúncia de vice acusado de corrupção

Presidente do Peru diz preferir conclusão do inquérito. Vice enfrenta acusação de tráfico de influência para beneficiar irmão interessado em área ocupada por cooperativa canavieira

Humala acredita que, fora do cargo, Chenade poderia se defender melhor (Foto: © Divulgação/Governo Peru)

São Paulo – O governo do Peru, no poder desde o fim de julho, enfrenta sua primeira crise. Omar Chehade, o segundo vice-presidente do país, é alvo de denúncias de corrupção. O presidente da nação sul-americana, Ollanta Humala, sugeriu, no domingo (6), que Chehade deveria renúnciar, embora tenha deixado claro que pretende esperar a conclusão dos inquéritos antes de tomar qualquer decisão nesse sentido.

Chehade é acusado de pedir ajuda a um general da força policial para desalojar trabalhadores de uma cooperativa canavieira. O irmão do vice tinha interesse na aquisição da área. As acusações são investigadas pela procuradorai-geral e pelo Congresso do país. Chehade nega envolvimento em quaisquer irregularidades.

A declaração de Humala foi feita em pronunciamento pela TV para fazer um balanço dos primeiros cem dias de mandato. “Deixaremos que a comissão de ética do Congresso resolva isso. Pessoalmente, acho que seria bom para ele renunciar, mas isso deve partir dele. Acho que fazer isso permitiria que ele se defendesse melhor, não só diante do Congresso, mas também do procurador-geral”, recomendou o presidente.

Chenade já atuou como procurador anticorrupção. Antes da acusação feita pelo general aposentado da Polícia Nacional Guillermo Arteta, o vice havia sido acusado de ter intercedido a favor da empresa brasileira Andrade Gutierrez no processo de licitação da construção do segundo trecho do trem elétrico de Lima.

O episódio pode prejudicar a popularidade do governo. O Peru mantém dois vice-presidentes, eleitos na mesma chapa. Antes de Chehade, Marisol Espinoza Cruz ocupa a primeira vice-presidência.

Com informações da Reuters

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