ONU envia delegação para tentar conter crise de missão no Haiti

O Brasil comanda a missão de paz no Haiti desde 2004 (Foto: Marco Dormin/ Divulgação/ ONU) São Paulo – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, autorizou […]

O Brasil comanda a missão de paz no Haiti desde 2004 (Foto: Marco Dormin/ Divulgação/ ONU)

São Paulo – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, autorizou o envio, nesta quarta-feira (14) de uma delegação para reforçar a fiscalização da ação da missão internacional no Haiti. O objetivo é pressionar o comando da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) de modo a assegurar a política de tolerância zero com a conduta dos militares em atividade no país.

As contestações à missão cresceram principalmente a partir do início do mês, quando cinco soldados uruguaios foram acusados de abuso sexual. O episódio envolve violência sexual contra um homem de 18 anos. Os membros da missão foram retirados do país e afastados do Exército do país sul-americano. Nesta quarta-feira, uma manifestação contra a missão da ONU chegou a ser reprimida pela polícia haitiana em Porto Príncipe, capital do país.

Liderada pelo chefe do departamento de Apoio Logístico da ONU, Anthony Banbury, a equipe pretende dar respaldo às medidas disciplinares aplicadas pelo comando da missão. Haverá ainda reuniões com representantes do governo haitiano para conter a crise.

A ação dos capacetes azuis – como são chamados os militares da missão comandada pelo Brasil, em alusão ao equipamento usado por missões de paz da ONU – é questionada no Haiti desde o início, em 2004. Há acusações de abusos e excessos, além de questionamentos relacionados à soberania do país. Pela gravidade do episódio recente, envolvendo abuso sexual, as críticas aumentaram.

Mesmo diante das contestações e da crise, o mandato da missão, que expira em 15 de outubro deste ano, deve ser renovado. O Brasil tem o comando da Minustah e o maior efetivo de soldados. A possibilidade de retirada de tropas ganhou corpo desde a posse do ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim.

Ele defende publicamente a adoção de um cronograma para o fim da missão. Outros ministros de Estado da América do Sul manifestaram acordo com a saída paulatina do Haiti, o que não tem prazo para ocorrer. Apesar de expirar em 15 de outubro, a missão deve ser renovada pela ONU.

Leia também

Últimas notícias