Pacote de Obama aposta em pequenas empresas para criar empregos nos EUA

Em campanha à reeleição e assistindo à queda de popularidade, presidente norte-americano pediu apoio do Congresso do país. Isoladamente, medidas dificilmente resolverão a crise

Obama afirmou que o povo americano trabalha duro, e questionou se eles, os políticos, iam fazer o mesmo (Foto: Kevin Lamarque/Reuters)

São Paulo – Buscando interromper o agravamento da crise econômica nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama foi ao Congresso pedir a deputados e senadores que aprovem um pacote de medidas para isentar pequenas empresas de taxas e tributos. Durante a sessão conjunta entre as duas casas do Legislativo do país, ele defendeu que a iniciativa por colocar um basta na acentuada queda de empregos ocorrida no último ano. O pacote de US$ 447 bilhões foi considerado “ambicioso” pelo presidente.

Falando de forma bastante enérgica e eloquente aos congressistas, Obama citou uma lista de medidas que, segundo ele, já haviam sido apoiada tanto por republicanos quanto por democratas, no passado. Enfatizando a necessidade de aprovação do pacote de medidas pelo Congresso, o presidente norte-americano citou o papel cumprido pelos americanos durante a crise, e pediu empenho dos políticos.

“Estou enviando a este Congresso um plano que vocês devem aprovar imediatamente. O povo deste país trabalha duro para cumprir suas responsabilidades. A questão hoje é se nós vamos cumprir as nossas”, disparou Obama.

De acordo com o jornal norte-americano, The New York Times, os congressistas de oposição, que representam os republicanos, escutaram o discurso presidencial com a “cara fechada”, se negando a aplaudi-lo após sua fala. Sabendo da antipatia comum do chamado Tea Party – grupo ultraconservador que atualmente encontra-se alocado dentro do partido Republicano – Obama disse que “diante de uma crise nacional, devemos parar com o circo político e realmente fazer algo para ajudar a economia”.

Além de isentar os pequenos negócios e oferecer crédito à indústria, o pacote de medidas ainda prevê investimentos em infraestrutura, expandindo a criação de empregos no ramo da construção civil. As empresas que contratarem veteranos ou pessoas desempregadas há mais de seis meses, também terão crédito do governo.

Apesar de ousado, o pacote não é visto como a salvação pelo economista Raphael Martello. “O pacote não deve mudar a trajetória de fraco crescimento para a economia americana”, afirmou Martello. Ele classificou como necessário um investimento maior de recursos e estímulos mais atraentes.

A 14 meses da próxima eleição presidencial, Obama, em campanha de reeleição, apareceu pela primeira vez com rejeição da maioria da população. A pesquisa realizada pela NBC News/Wall Street Journal, mostra o presidente com 44% de aprovação, mesmo percentual de pessoas que tendem a mantê-lo por mais quatro anos no governo.

Leia também

Últimas notícias