Somália enfrenta pior seca em décadas e sofre com saques de alimentos

Mulheres somalis aguardam em fila do lado de fora de um centro de distribuição de alimentos em campo de refugiados (Thomas Mukoya/Reuters) São Paulo – Com cerca de 3,7 milhões […]

Mulheres somalis aguardam em fila do lado de fora de um centro de distribuição de alimentos em campo de refugiados (Thomas Mukoya/Reuters)

São Paulo – Com cerca de 3,7 milhões de seus habitantes ameaçados pela fome em consequência da pior seca dos últimos 60 anos, a Somália agora enfrenta saqueadores que impedem que a ajuda humanitária chegue às regiões em estado mais crítico, principalmente no Sul do país. Nesta sexta-feira (5), ao menos dez somalis, incluindo refugiados, foram mortos por tropas do governo quando três caminhões com ajuda alimentar foram saqueados na capital do país, Mogadíscio.

As tropas do governo fizeram disparos enquanto carregavam carrinhos de mão e micro-ônibus com a ajuda alimentar emergencial enviada pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os conflitos, ocorrem porque a milícia Al Shabab, que domina a região, não aceita a presença de ONGs ocidentais por temerem a “politização” local, por isso a imposição de proibir ajuda alimentar.

O país é palco de confronto entre a Al Shabab e o governo de transição, que tem o apoio das tropas de paz da União Africana e dos países do Ocidente.

Centenas de somalis atingidos pela seca seguem todos os dias para acampamentos dentro e fora da capital e entram em uma zona de guerra, num desafio às ordens dos militantes islâmicos para que permaneçam onde estão.

Cerca de 400 mil refugiados somalis – quase 5% da população do país – estão acampados em Mogadíscio e áreas ao redor. Perto de 100 mil pessoas chegaram somente em junho e julho, segundo a ONU.

Fome na África

A ONU informou que mais de 12 milhões de pessoas estão sendo afetadas pela seca no Chifre da África – região que abrange Somália, Etiópia, Eritreia, Quênia, Uganda, Djibuti e Sudão. No caso da Somália, conflitos políticos já vinham provocando a fuga de cidadãos rumo ao Quênia. 

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano, disse nesta semana que a fome precisa ser combatida com o mesmo vigor que a crise econômica. Ele considerou que decisões mais ambiciosas do que aquelas acionadas para prestar socorro à crise do sistema financeiro, poderiam ter evitado a emergência alimentar que sofrem os países africanos.

Ajuda brasileira

Na semana passada, o governo do Brasil anunciou que encaminhará 53 mil toneladas de feijão e milho para a Somália e a Etiópia, no nordeste da África.

Com informações da Reuters e Agência Brasil

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