Mantega quer ação conjunta para evitar que crise contagie países sul-americanos

Representantes das 12 nações que compõem a Unasul estão reunidos na Argentina

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pretende discutir com os países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) medidas para fortalecer o bloco e impedir que a crise econômica mundial contagie a região. Formada por 12 países, a Unasul promove uma reunião em Buenos Aires, até esta sexta-feira (12), para discutir a atual situação da economia. Mantega embarca nesta quinta (11) às 15h para a capital argentina e à noite se reúne com o ministro da Economia e Finanças Públicas do país vizinho, Amado Boudou.

“Vamos conversar sobre a crise e as consequências nos países da América Latina e as medidas que podemos tomar para nos fortalecer e impedir que sejamos contagiados. A América Latina tem um desempenho melhor do que os países avançados, a Europa e os Estados Unidos e nós queremos preservar isso”, disse ao chegar ao Ministério da Fazenda.

Mantega defendeu a importância de um estreitamento maior nas relações entre os países integrantes da Unasul para que sejam mais bem aproveitados os mercados regionais e as relações comerciais entre os países que compõem o bloco.

Na última terça-feira (9), o ministro participou de audiência na Câmara dos Deputados para falar sobre a crise. Segundo ele, o Brasil tem mais espaço para manter o aquecimento da atividade econômica do que os países desenvolvidos e está preparado para as possíveis turbulências. Mantega também disse que o Brasil continuará controlando os gastos públicos para impedir a disparada da dívida, um dos grandes problemas dos países considerados desenvolvidos.

Unasul

Representantes de instituições públicas dos 12 países que compõem a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) estão em Buenos Aires para discutir a definição de medidas conjuntas na tentativa de proteger a região da crise financeira global. A ideia é implementar o plano denominado de Força-Tarefa de Integração Financeira (Gtif) nos membros do bloco.

As resoluções devem ser votadas e aprovadas no final desta quinta-feira (11) pelo Conselho Econômico da América do Sul – que é formado por ministros da Fazenda e os presidentes dos bancos centrais. Desde nesta quarta (10), os técnicos discutem os termos para a elaboração do documento conjunto.

“(O objetivo é) responder à crise como um grupo sub-regional, fiscalmente responsável, e que tem muito a mostrar ao mundo com as lições aprendidas em crises passadas”, disse a secretária-geral da Unasul, Maria Emma Mejía.

Inicialmente, o esboço do documento indica que os três primeiros capítulos devem se destinar à construção de uma arquitetura financeira regional sólida capaz de se manter protegida à volatilidade dos mercados internacionais. Os demais capítulos deverão tratar de medidas financeiras e monetárias para orientar os bancos centrais sobre as suas reservas.

Também devem ser incluídas medidas de prevenção, como recomendações para o controle de capital e a busca por um sistema de câmbio flexível. Como estímulo ao comércio regional, serão sugeridas propostas para identificar os setores produtivos que podem se complementar nos diferentes países.

Fonte: Agência Brasil, com Andes

 

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