Em novo protesto, chilenos rechaçam proposta do governo para educação

São Paulo – Pela manhã desta quinta-feira (18), 40 mil chilenos iniciaram nova marcha reivindicando educação gratuita e de qualidade, contra o atual modelo educacional chileno. O grupo formado majoritariamente […]

São Paulo – Pela manhã desta quinta-feira (18), 40 mil chilenos iniciaram nova marcha reivindicando educação gratuita e de qualidade, contra o atual modelo educacional chileno. O grupo formado majoritariamente por estudantes incluiu como alvo do protesto a nova proposta do presidente Sebástian Piñera, considerada insuficiente, por não  resolver as lacunas deixadas pela atual estrutura educacional.

A nova fórmula do governo de Piñera para atender às reivindicações consiste em quatro linhas principais: financiamento mais barato para estudantes, transferência dos colégios municipais à competência do governo central, certificar que universidades privadas não tenham lucro e assegurar a qualidade do ensino em todos os âmbitos.

“Estão legitimando o lucro nos Centro de Formação Técnica, nos Institutos Profissionais e nas escolas privadas”, disse Camila Vallejo, presidente da Federação dos Estudantes da Universidade do Chile, e uma das principais lideranças dos maiores protestos no país desde a redemocratização, em 1990. “Queremos que nos assegurem constitucionalmente que o Estado garanta e seja responsável e provedor da educação pública.”

Ela criticou que as novas diretrizes foram conhecidas por meio da imprensa e não em uma reunião de trabalho e afirmou que são necessários “esclarecimentos”.

Jaime Gajardo, presidente do Colégio de Professores, garantiu que a proposta do governo se dirige basicamente ao Congresso e não à cidadania, a verdadeira afetada pelo rumo adotado na educação.

Modelo educacional

O atual sistema educacional chileno é baseado em subsídios, especialmente no ensino superior. O governo ditatorial de Augusto Pinochet promoveu, a partir de 1982, incentivos ao setor privado com base no argumento de que as escolas, públicas ou privadas, deveriam concorrer entre si. Assim, os estudantes podem optar por estudar em uma unidade do Estado ou em uma particular, mantida graças às finanças estatais.

No ensino superior, todas as instituições são pagas pelos alunos, em um modelo que inclui financiamentos de médio e longo prazos. O uso de crédito com juros elevados faz com que os jovens fiquem endividados para poder estudar, um problema que está no cerne das massivas manifestações dos últimos meses. 

Com informações da Ansa e do jornal argentino Página 12