Entidade chilena vê retrocesso na igualdade de gênero no governo Piñera

Em seu primeiro ano de governo, o presidente chileno, Sebastián Piñera, está diminuindo o espaço conquistado pela mulheres nos últimos 20 anos naquele país. A avaliação é da secretária executiva […]

Em seu primeiro ano de governo, o presidente chileno, Sebastián Piñera, está diminuindo o espaço conquistado pela mulheres nos últimos 20 anos naquele país. A avaliação é da secretária executiva do Observatório Gênero e Equidade do Chile, Natalia Flores, em entrevista à agência de notícias Adital na qual fez uma análise sobre a igualdade de gênero no país.

Segundo Flores, Piñera vem promovendo modificações de fundo nas orientações das políticas de Estado que revertem uma série de conquistas para as mulheres no âmbito da saúde, trabalho, educação, moradia e proteção social, entre outros. Para ela, o governo está avançando num processo de eliminação dos mecanismos institucionais dirigidos a incorporar critérios de igualdade de gênero nas políticas públicas.

“Por exemplo, não se deu continuidade nem ao Plano de Igualdade, nem à Agenda de Gênero, o que nos deixa sem carta de navegação em matéria de políticas públicas de gênero”, avalia. “Por outra parte, este ano o Serviço Nacional da Mulher veio sofrendo uma profunda mudança se transformando em executor de programas orientados apenas para a família e de caráter assistencialista, conservador e de baixo impacto na população. Estão ficando para trás os tempos em que esta instituição estabelecia alianças políticas transversais e impulsionava políticas, planos e programas intersetoriais e reformas legais que favorecem as mulheres no marco de um enfoque de direitos e de igualdade de gênero”, afirma.

Apesar dos problemas enfrentados no Chile, Flores vê como um passo importante no campo internacional a criação da ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres. “É um passo fundamental no avanço de uma institucionalidade em nível internacional que trabalhe pelo respeito dos direitos das mulheres no mundo”, afirma. A entidade está hoje sob a coordenação da ex-presidenta chilena Michelle Bachelet, cujo governo é considerado um marco por Natalia Flores. Veja a íntegra da entrevista no site da Adital.

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