Em meio a protestos e greves no Chile, Piñera tem reprovação recorde
Três grandes manifestações de estudantes e paralisação da estatal do cobre indicam grau de insatisfação com presidente chileno
Publicado 15/07/2011 - 13h49
Sebastián Piñera amarga aprovação pior do que a de Augusto Pinochet, que comandou ditadura no país sul-americano (Foto: Divulgação Presidência do Chile)
São Paulo – Uma pesquisa de opinião mostra que o presidente chileno Sebastián Piñera tem a maior reprovação desde a redemocratização, em 1990. Em um mês, três ondas de protestos em diferentes cidades do país foram promovidas por organizações de estudantes. São 60% os que desaprovam a gestão, enquanto 31% apoiam.
Na quinta-feira (14), no mais recente dos protestos, o saldo na capital Santiago foi de 40 pessoas feridas e 60 detidos. A polícia reprimiu os manifestatnes com bombas de efeito moral e jatos d’água. Os ativistas têm como alvo o sistema de educação vigente no país, estabelecido na década de 1980, ainda durante a ditadura de Augusto Pinochet.
Trabalhadores do setor da mineração da estatal Codelco engrossaram o coro dos descontentes nesta sexta-feira (15), ao anunciarem greve geral contra as privatizações no setor. A extração de cobre e outros minérios são a principal atividade econômica no país sul-americano. A cada dia sem produção, a Codelco deixa de ganhar US$ 41 milhões.
A primeira paralisação em 18 anos serve como advertência ao governo em relação às possibilidades de desestatização da companhia. Desde 1971, a empresa pertence ao setor público, por medida tomada por Salvador Allende.
“Piñera tem níveis de desaprovação mais altos que o próprio Pinochet”, disse o presidente do partido socialista, Osvaldo Andrade, ao jornal espanhol El País. “Chegamos a um nível brutal: Pinochet era mais popular que Piñera”, ironizou. O presidente chileno foi eleito em 2009 e assumiu no início do ano passado. Ele chegou a ter bons índices de aprovação após o resgate de mineiros no Chile, em outubro de 2010.
Com informações do Sul21